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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Oraieiêu Mamãe !!!

Esse mês a maioria dos terreiros de Umbanda fazem seus festejos a Oxum, Orixá das Águas Doces, das cachoeiras, do Ouro, do Amor Divino e da purificação. Pois bem, cada vez mais se faz necessário agir com lógica e responsabilidade nessa comemoração.

Falo isso pois é comum os terreiros e médiuns umbandistas irem às cachoeiras festejar a Orixá levando uma imensa quantidade de elementos para oferenda como parte integrante do culto, do amor e da devoção ao Orixá, mas deixam o local todo sujo, cheirando mal e impróprio a qualquer outra pessoa, inclusive densificando a energia do ambiente e dificultando qualquer ação espiritual, vibracional e energética propiciatória.

Fico imaginando o que é para uma pessoa que não conhece os fundamentos da Umbanda ver um monte de garrafas, comidas, velas, entre outras coisas, próximo das cachoeiras. Fico imaginando o que é fazer uma oração próximo à cachoeira depois que um grupo, um terreiro ou um médium fez sua ‘super’ oferenda.

Claro que para isso não é necessário muita imaginação. Quem já não ouviu frases do tipo “vamos cedo à cachoeira para não encontrá-la suja e sobrecarregada” ? Quem já não se sentiu mal, pesado ou irritado durante e depois de sua prece junto a um monte de sujeira que está envolvendo toda a cachoeira? Quem já não teve vontade de voltar para casa, ou de fato voltou sem ao menos conseguir ajoelhar ao lado da queda d’água devido a tanto entulho e ao mal cheiro? Quem já não se machucou, cortou ou furou os pés ao pisar em restos de oferendas arriadas em volta da cachoeira ou jogadas dentro das águas?

É triste, mas parece que faz parte da cultura religiosa da Umbanda grandes oferendas, descarregos nas cachoeiras, sujeira, exageros… Nossa, que grande engano! A Umbanda é simplicidade, é pureza, é amor e não destruição.

Oxum então… é beleza e doçura, é vaidosa e cheirosa. Nada comparado com o que habitualmente encontramos nas cachoeiras depois da passagem daquele ‘super’ médium e de sua ‘super’ oferenda. É impressionante!

Acredito que está faltando lógica, sensatez, conhecimento, amor e o mínimo de bom senso e de preocupação com o Além e com o próximo. Chego à conclusão de que o que mais falta nas pessoas é o “olhar em volta”, “olhar para trás” e o “olhar para frente”.

É estranho, mas as pessoas só olham para o agora, para sua realidade, para seus desejos e seus umbigos e se esquecem da origem, do reflexo, da Lei da Ação e Reação. As pessoas esquecem que são reflexo do passado e que o futuro depende do presente e não do futuro.

É só OLHAR… Afinal se olharmos à nossa volta perceberemos que existem mais coisas, pessoas, energias, espíritos dependendo e agindo em nós. Se olharmos para trás perceberemos o quanto de sujeira, dor e egoísmo já proporcionamos e ainda estamos proporcionando a tudo e todos em nosso entorno. Se olharmos para frente perceberemos o quanto um ato pode influenciar na vida das pessoas, em tudo que está próximo e na humanidade.

Curioso, se assim pode-se dizer, é saber que uma das ferramentas, instrumentos e formas de agir de Oxum é através do espelho, o abebê usado no candomblé, ferramenta que é caracterizada por uma espécie de leque e que traz um espelho no centro. Oxum dança usando o abebê para que através do espelho seja refletido o interno de cada um, assim como, pede para que cada um olhe com mais atenção para seus próprios atos.

Sei da importância dos elementos nas oferendas, da energia de frutas, flores e ervas e o quanto elas fortalecem Guias e Orixás no Astral! Mas pensem que essa energia já é própria da natureza, o que ativa, aumenta e leva essa energia ao Astral é o nosso pensamento.

Vamos refletir, olhar em volta, nos preocupar com o próximo, com a energia e com o “Além”.

Sujeira nas cachoeiras é falta de vergonha! É falta de humanidade! É falta de amor! É falta de religiosidade, espiritualidade e conduta umbandista!

Vamos ficar de olhos abertos e vamos fazer diferente e a diferença.

Se você vir alguém sujando as cachoeiras, oriente!… Talvez essa pessoa ainda não saiba o que é um Orixá, o que é a Umbanda e a importância da Natureza na vida de todos.

E fica minha sugestão: como oferenda a Oxum leve seu amor, seus joelhos predispostos a ajoelharem na terra úmida, suas lágrimas predispostas a escorrerem sobre a face até alcançarem o colo amoroso de Oxum, suas preces em forma de canto encantados e sua luta para preservar a beleza e a pureza das cachoeiras, santuário Sagrado de Nossa Querida Mãe Oxum, berço da vida, da união e da felicidade.

OXUM NA UMBANDA

Oxum é o Orixá irradiador do Amor Divino e da Concepção da Vida em todos os sentidos. Como “Mãe da Concepção” ela estimula a união e favorece a conquista da riqueza espiritual e a abundância material. É a força dos rios, que correm sempre adiante, levando e distribuindo pelo mundo sua água que mata a sede.

AMOR PURO

É a Mãe da água doce, Rainha das cachoeiras, Deusa da candura e da meiguice. Orixá da prosperidade e da riqueza interior, ela é a manifestação do Amor, o amor puro, real, maduro, solidificado, sensível e incondicional, por isso é associada à maternidade e ligada ao desenvolvimento da criança ainda no ventre da mãe, da mesma maneira que Iemanjá.

Oxum é o amor, é a capacidade de sentir amor. A partir desse amor é que se dá a origem às Agregações, e consequentemente origina a concepção das coisas.

ELO QUE UNE e AGREGA

Ela é o elo que une os Seres sob uma mesma crença, trazendo a união espiritual. É o elo que une dois Seres sob o mesmo amor, agregando-os onde se dá inicio à concepção de uma nova vida. Ela é quem agrega os bens materiais que torna um ser rico, portanto, é conhecida como Orixá da Riqueza, Senhora do Ouro e das Pedras Preciosas.

FECUNDA, GERA e CUIDA

A regência fascinante de Oxum é o processo de fecundação, na multiplicação da célula mater. É Oxum quem gera o nascimento de novas vidas que estarão no período de gestação numa bolsa de água – como ela, Oxum, rainha das águas. É, sem dúvida alguma, das regências mais fascinantes, pois é o início, a formação da vida. É Oxum que “tomará conta” até o nascimento, quando, então, entrega à Iemanjá, que será responsável pelo destino daquela criança.

MÃE DAS CRIANÇAS

Oxum não vê defeitos nos seus filhos, são verdadeiras joias, e ela só consegue ver o seu brilho. É por isso que Oxum é a mãe das crianças, seres inocentes e sem maldade, zelando por elas desde o ventre até que adquiram a sua independência. Os seus filhos, melhor, as suas joias, são a sua maior riqueza.

PERSONALIDADE MARCANTE

De menina-moça faceira, passando pela mulher irresistível até a senhora protetora, Oxum é sempre dona de uma personalidade forte, que não aceita ser colocada em segundo plano, afirmando-se em todas as circunstâncias da vida. Como acontece com as águas, nunca se pode prever o estado em que encontraremos Oxum; como também não podemos segurá-la em nossas mãos. Assim, Oxum é o ardil feminino, considerada a deusa do amor, a Vênus africana.

FELICIDADE

O casamento, o ventre, a fecundidade e as crianças são de Oxum, assim como, por consequência, a FELICIDADE. Como as águas dos rios, a força de Oxum vai a todos os cantos da terra. Ela dá de beber às folhas de Ossain, aos animais e plantas de Oxossi, esfria o aço forjado por Ogum, lava as feridas de Obaluaê, compõe a luz do arco-íris de Oxumare. Oxum está em tudo, pois, se amamos algo ou alguém é por que Ela está dentro de nós.

CARACTERÍSTICAS DAS FILHAS DE OXUM

As filhas de Oxum dão muito valor à opinião pública, fazem qualquer coisa para não chocá-la, preferindo contornar as suas diferenças com habilidade e diplomacia.

Oxum é o arquétipo daqueles que agem com estratégia, que jamais esquecem as suas finalidades, atrás da sua imagem doce esconde-se uma forte determinação e um grande desejo de ascensão social.

Têm uma certa tendência para engordar, a imagem da gordinha risonha e bem-humorada combina com elas. Gostam de festas, vida social e de outros prazeres que a vida lhes possa oferecer. Tendem a uma vida sexual intensa, mas com muita discrição, pois detestam escândalos.

Não se desesperam por paixões impossíveis, por mais que gostem de uma pessoa, o seu amor-próprio é muito maior. Elas são narcisistas demais para gostar muito de alguém.

Graça, vaidade, elegância, uma certa preguiça, charme e beleza definem as filhas de Oxum, que gostam de joias, perfumes, roupas vistosas e de tudo que é bom e caro.

Verger define: O arquétipo de Oxum é o das mulheres mais graciosas e elegantes, com paixão pelas joias, perfumes e vestimentas caras.

O lado espiritual das filhos de Oxum é bastante aguçado. Talvez por isso algumas das maiores Yalorixás da história do Candomblé tenham sido ou sejam de Oxum.

Muito Axé e Amor a todos !!!

Escrito por Mãe Mônica Caraccio \\ tags:

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A Importância do Batismo na Umbanda.



É muito comum médiuns umbandistas serem batizados sem nenhum tipo de consciência sobre o que significa esse sacramento. Pais e Mães espirituais simplesmente batizam seus filhos sem ao menos perguntarem se é isso mesmo que eles desejam, sem ao menos prepararem ou explicarem o que significa esse ritual, assim como é comum vermos médiuns trabalhando há anos em seus terreiros com várias confirmações, mas sem terem sido batizados ou convertidos para a Umbanda, religião que comunga, ama e pela qual se dedica.
Nessas duas situações percebo a falta de atenção desses Pais e Mães espirituais que, talvez por falta de conhecimento ou por falta de tempo, deixam de lado esse importantíssimo e fundamental ritual para qualquer Ser, independente de religião. Aliás, o Batismo é o mais importante sacramento para qualquer religião, e isso é tão claro que percebemos com facilidade o quanto as religiões de forma geral incentivam, divulgam e trabalham em prol do batismo entre sua comunidade e seus fiéis, algumas inclusive chegam a exigir tal sacramento.
É fato que existe hoje em dia um movimento de valorização da Umbanda, mas será que as principais regras estão sendo cumpridas? Será que os fundamentos básicos e iniciais estão sendo preparados? Será que o Batismo ou a Conversão Religiosa, sacramentos fundamentais para todo Ser que dão “vida ao Espírito”, estão sendo realizados nos terreiros com total consciência, responsabilidade e beleza?
Assunto para se pensar não acham?
Tem um ponto muito bonito em nossa Umbanda que diz “a Umbanda tem fundamento é preciso preparar…”, portanto é preciso trabalhar, estudar, organizar, estruturar e REALIZAR A UMBANDA. É preciso transmitir a Graça Divina, satisfazer as necessidades, nutrir de fé e de Sagrado cada fase da vida, evitando assim que os médiuns umbandistas procurem outras religiões para realizarem determinados ritos e sacramentos.
É preciso realizar belíssimos batismos, emocionantes conversões, maravilhosos casamentos, grandiosos rituais de amaci tudo com muito AXÉ, FUNDAMENTO e AMOR. É fazer com que esses sacramentos se tornem inesquecíveis a qualquer um, seja para os convidados, para o médium, para o Terreiro, para os Pais de Santo e claro, para toda espiritualidade que engrandece, vibra e agradece ao término de cada ritual.
E para que esse assunto não fique só na ‘boa vontade’, coloco um pouco dos fundamentos básicos que envolvem o Ritual de Batismo em nossa Umbanda, esclarecendo que cada Terreiro acrescentará suas particularidades ao ritual, o que não tem nada de errado, mesmo porque isso acontece de acordo com a Linha e o Orixá que comanda esse Terreiro.
Batismo
É um rito de passagem, feito principalmente com água sobre o iniciado através da imersão, efusão (derramamento) ou aspersão (borrifo). Segundo o Dicionário Aurélio, o termo batismo vem do grego, baptismós, que significa mergulhar, em latim, baptismu. É um sacramento religioso onde através da imersão, da ablução (lavagem) ou simplesmente da aspersão (borrifo) de água significa um renascer espiritual.
A origem deste sacramento é tão antiga quanto a humanidade. Cada povo, de uma forma ou de outra, sempre teve seu ritual iniciático. Na Igreja Católica, por exemplo, o Batismo liberta do pecado original e regenera o Ser tornando-o membro de Cristo. Portanto, após o Batismo aquele membro incorpora a Igreja e é feito participante dela.
O BATISMO NA UMBANDA
É realizado para revestir o espírito e o mental do Ser com uma aura protetora semelhante a proteção divina que o espírito recebe ao reencarnar. É a “entrada” do espírito na dimensão religiosa da Umbanda, é quando o médium se torna Filho de Olorum e seguidor de Pai Oxalá, passando a fazer parte de seu “exército branco”.
Ele é o primeiro e o mais importante Sacramento, pois é a porta de entrada para o recebimento das bênçãos divinas e dos demais sacramentos. Pelo batismo, a pessoa é incorporada à Umbanda, passando a ter os direitos e deveres próprios da religião. É um cerimonial litúrgico poético, santificado e participativo da vida divina onde preces, toques, cantos e atos litúrgicos específicos compõem a linguagem expressiva e encantadora de nossa religião.
O ritual pode ser praticado dentro do próprio terreiro, como também na cachoeira, local de vibração pura de Mãe Oxum, mãe e protetora de todos os filhos de Umbanda e Senhora das Águas Doces. Pode-se também, por orientação do Chefe da Casa, ser realizado na praia, consagrando assim, os filhos a Iemanjá. No entanto é indispensável a água da cachoeira que tem o poder de limpar, purificar e alimentar nosso espírito e quando jogada ou aspergida na coroa, chacra coronário, faz a purificação desse chacra e ativa-o promovendo uma unificação com as forças espirituais superiores além de fortalecer, equilibrar e alimentar nossa alma com vibrações puras e harmoniosas.
Há ainda o cruzamento com a pemba, ato sagrado que coloca o Ser sob a ação da Lei de Pemba da Umbanda, lei que sustenta e conduz nosso espírito. Com esse ato também se cruzam os chacras, vórtices captadores e irradiadores de energia, fechando-os às energias negativas e ligando-os à supremacia espiritual, ativando-os assim à entrada de energias positivas e benéficas.
A banha de ori que é colocada no centro do chacra coronário, coroa, tem o poder de fazer a ligação com o Astral Superior formando um canal Divino que auxiliará o médium em qualquer momento, precisando somente, que ele eleve seus pensamentos para ter o auxilio necessário. A banha de ori é também chamada de limo da costa e é uma substância gordurosa extraída da glândula supra-renal do carneiro, também existe a banha de ori vegetal que é extraída do fruto de Karité, árvore encontrada somente na África e seus frutos guardam poderes místicos.
A vela batismal que é acessa simboliza a luz, o ‘espírito vivo’, que deve ser entregue ao batizando para que se lembre da luz que o acolheu e que sempre o acolherá.
Na Umbanda ainda, mais que padrinhos encarnados, contamos com o amparo dos Guias Espirituais e/ou Orixás que se manifestam na hora da consagração adquirindo a guarda desse médium. Momento mágico e divino que exprime a verdadeira realidade do amor, da bondade e da benevolência, superando qualquer sentimento.
Um ótimo final de semana a todos e muito Axé !
Escrito por Mãe Mônica Caraccio
Alguns textos, poemas e fotos foram retirados de variados
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