Mãe Iassan Ayporê Pery
Dirigente Centro Espiritualista Caboclo Pery
No exercício da função de Sacerdotisa de Umbanda, sou procurada por muitos médiuns de diferentes regiões de nosso país ávidos por contar suas histórias. E dentre tantas coincidências de dor e dificuldades, tem uma que sempre me chama a atenção que é o inconformismo do antigo pai ou mãe no santo com o desligamento do médium da corrente.
Cada vez que escuto: “Estou aflito, pois o meu antigo pai no santo me ameaçou. Disse que eu ia perder meu emprego.” Ou ainda: “Estou desesperada porque ele disse que a minha família morreria a míngua...” e por aí vai.
São relatos de ameaças absurdas, que ferem, agridem e denigrem o papel de sacerdote ou sacerdotisa. Em contra-partida reforça o fato do médium ter estado em um lugar que nem de longe é um terreiro de Umbanda!
Isso prá mim é “comércio de médiuns”, onde esses ditos pais e mães no santo disputam com outros uma quantidade maior de médiuns e para isso são capazes dos atos mais vis e torpes se aproveitando da fé e do desespero alheios. Isso não se faz com ninguém! Ameaçar o médium que manifesta o desejo de ir para outro terreiro é, além de uma maldade profunda (caracterizando assim não ser merecedor do cargo que ocupa), também é passar atestado de incompetência, burrice e safadeza! Pena que não dá cadeia!
Senhores(as) médiuns, não tenham medo desse tipo de gente. Não os desafiem, porém (não por medo de suas magias, mas sim visando o cuidado de sua integridade física e de sua família, pois são capazes de tudo). Simplesmente saiam! Afastem-se! Busquem inspiração no Alto para encontrarem uma Casa de Umbanda séria, ou seja, que seja realmente de Umbanda.
Onde não haja promessas de milagres, mas o conforto da palavra de um preto velho, a energia e seriedade de um caboclo, onde não haja cobrança financeira de nenhum tipo e nem sacrifícios de animais.
Desconfiem do lugar em que você vá pela primeira vez e já digam: “Você tem que colocar roupa branca e entrar prá corrente, zi fio...!” Conheça primeiro a Casa, observe o lugar, a organização, o cuidado com o sagrado, a caridade desinteressada. Observe os médiuns e principalmente o(a) dirigente.
Não tenham pressa! Não escutem “elogios” do tipo: “Seu caboclo é lindo! Tem uma luz maravilhosa...!” Lembrem-se: TODOS são lindos e cheios de Luz! Ou ainda: “Você tem uma mediunidade maravilhosa.” Esse tipo de “elogio” é armadilha para mexer com a sua vaidade. Não sucumba! Corra! Mas corra muito de lugar assim!
A Umbanda precisa de gente que queira realmente trabalhar para sua melhora evolutiva e isso não se dá da noite para o dia. Não se deixe transformar em “mercadoria” para ser “disputada” entre charlatães que estão longe de entender o que é Umbanda. Não faça parte desse comércio. Não se torne “um deles”.
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