Horários De Atendimento

Segundas - 20 Hs - Mãe Claudete e Pai Joãozinho.
Quartas - 20 Hs - Mãe Marta e Pai Ney.
Sextas --- 20 Hs - Mãe Sueli e Pai Joãozinho.
Sábados - 19 Hs - Mãe Sueli e Pai Joãozinho.


Endereço - Rua Meciaçu 145 Vila Ipê - Campinas SP.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Lindas Fotos



















Diante do Altar

Axé a todos! Hoje, próximo daquele momento mágico e divino que é “bater cabeça” aos Orixás diante de nosso Altar Sagrado, quero que pensemos sobre a importância de nossas funções dentro de um Terreiro, quero que façamos uma rápida avaliação se estamos realmente fazendo “o melhor”. O melhor pelos outros e por nós.

Sei que as dificuldades são grandes, que os percalços da vida tumultuam as decisões quando nos referimos a uma caminhada espiritual, mas a Paz de Espírito que sentimos quando respondemos positivamente a questão acima, é superior a qualquer dificuldade, dor ou angústia.

O fato é que quando nos referimos à evolução espiritual, mais do que boa vontade, precisamos de atitudes firmes, dignas e similares às Forças Superiores das quais somos envolvidos.

Com minha experiência, percebo claramente que muitos são recebidos na Casa do Pai mas poucos são os escolhidos, poucos são os ficam.

Observo que muitos médiuns quando saem do terreiro sentem-se ofendidos, julgam demasiadamente e maldizem tudo, esquecendo que já se beneficiaram muito daquela Casa, portanto, não olham e não avaliam seu interior, não percebem a Grandeza da Espiritualidade e a verdadeira necessidade de manifestar atitudes dignas e amorosas como Simplicidade, Humildade, Colaboração, Fraternidade, Confiabilidade, Fidelidade, Boa Vontade, Renúncia, Solidariedade, Trabalho, Disciplina, Fé, Amor, Obediência, Respeito, consequentemente, não ficam naquela Casa, não conseguem ter afinidade.

O que mais lamento em nossa doutrina umbandista é que poucos médiuns entendem a afirmativa “muitos serão chamados, mas poucos serão os escolhidos”, isso quer dizer que poucos médiuns se preocupam e se esforçam para estarem na mesma vibração, na mesma energia e na mesma sintonia das Forças Superiores. Não significa ser “Santo”, tão pouco “Capacho”, mas sim reconhecer os próprios erros, se esforçar diante do Sagrado e do ser humano, melhorar a cada dia, afinal, reconhecer, se esforçar e melhorar são sinais de HUMILDADE, que é a “Regra Áurea da Umbanda”.

Constatem comigo, não entramos ou saímos de uma Casa à toa. Assim como não existem coincidências para a espiritualidade, o que existe são momentos, necessidades, tempo, permissões e principalmente Lei e Justiça Divina.

Portanto, precisamos sempre nos perguntar se estamos fazendo “o melhor”. Precisamos sempre avaliar nosso íntimo, frear nossos instintos e dominar nosso emocional para que possamos ter uma vida plena de Paz, mesmo porque, são pelas nossas atitudes e pelo nosso íntimo que somos vistos pelos Orixás e Guias Espirituais 24 horas por dia, e não somente em dias de trabalho diante do Altar ao “bater cabeça”.

Saibam, diante do Altar não tem júri e nem juiz, algemas e nem cadeia.

Diante do Altar, onde está Oxalá, somos advertidos e nos é permitido deixar a nossa carga negativa aos pés dos Sagrados Orixás.

Diante do Altar somos grandiosamente incentivados e vitalizados para percorrer o caminho da dignidade, fidelidade, amor, fé e caridade.

http://www.minhaumbanda.com.br/blog/?p=4971#more-4971

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

LIÇÕES DE UM PRETO VELHO


Observe esta breve história. Uma história verídica que infelizmente ocorre com grande freqüência nas reuniões espíritas com os então ainda espectadores encarnados, incrédulos que necessitam da ilusão dos “nomes afamados e títulos memoráveis” para se dar a credibilidade ao espírito mensageiro iluminado


C
enário: reunião mediúnica num Centro Espírita. A reunião na sua fase teórica desenrola-se sob a explanação do Evangelho Segundo o Espiritismo. Os membros da seleta assistência ouvem a lição atentamente. Sobre a mesa, a água a ser fluidificada e o Evangelho aberto na lição nona do capítulo dez: "O Argueiro e a trave no olho".

Dr. Anestor, o dirigente dos trabalhos, tecia as últimas considerações a respeito da lição daquela noite. O ambiente estava impregnado das fortes impressões deixadas pelas palavras do Mestre: "Por que vês tu o argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu?". Findos os esclarecimentos, apagaram-se as luzes principais, para que se desse abertura à comunicação dos Espíritos.

Um dos presentes fez a prece e deu-se início às manifestações mediúnicas. Pequenas mensagens, de consolo e de apoio, foram dadas aos presentes. Quando se abriu o espaço destinado à comunicação das entidades não habituais e para os Espíritos necessitados, ocorreu o inesperado: a médium Letícia, moça de educação esmerada, traços delicados, de quase trinta anos de idade, dez dos quais dedicados à educação da mediunidade, sentiu profundo arrepio percorrendo-lhe o corpo. Nunca, nas suas experiências de intercâmbio, tinha sentido coisa parecida. Tomada por uma sacudidela incontrolável, suspirou profundamente e, de forma instantânea, foi "dominada" por um Espírito. Letícia nunca tinha visto tal coisa: estava consciente, mas seus pensamentos mantinham-se sob o controle da entidade, que tinha completo domínio da sua psiquê.

O dirigente, como sempre fez nos seus vinte e tantos anos de prática espírita, deu-lhe as boas vindas, em nome de Jesus:

- Seja bem vindo, irmão, nesta Casa de Caridade, disse-lhe

Dr. Anestor.

O Espírito respondeu:

"Zi-boa noite, zi-fio. Suncê me dá licença pra eu me aproximá de seus trabaios, fio?".

- Claro, meu companheiro, nosso Centro Espírita está aberto a todos os que desejam progredir, respondeu o diretor dos trabalhos.

Os presentes perceberam que a entidade comunicante era um preto-velho, Espírito que habitualmente comunica-se em terreiros de Umbanda. A entidade comunicante continuou:

"Vós mecê não tem aí alguma coisa pra eu bebê, Zi-Fio ?".

- Não, não temos, disse-lhe Dr. Anestor. Você precisa se libertar destes costumes que traz de terreiros, o de beber bebidas alcoólicas e café. O Espírito precisa evoluir, continuou o dirigente.

"Vós mecê não tem aí um pito? Tô com vontade de pitá um cigarrinho, Zi-fio".

- Ora, irmão, você deve deixar o hábito adquirido nas sessões de Umbanda, se queres progredir. Que benefícios traria isso a você?

O preto-velho respondeu:

"Zi-preto véio gostou muito de suas falas, mas suncê e mais alguns dos que aqui estão, não faz uso do cigarro lá fora, Zi-fio? Suncê mesmo, não toma suas bebidinhas nos fins de sumana? Vós mecê pode me explicá a diferença que tem o seu Espírito que bebe whisky, no fim de sumana, do meu Espírito que quer beber aqui? Ou explicá prá mim, a diferença do cigarrinho que suncê queima na rua, daquele que eu quero pitá aqui dentro?".

O dirigente não pôde explicar, mas ainda tentou arriscar:

- Ora, meu irmão, nós estamos num templo espírita e é preciso respeitar o trabalho de Jesus.

O Espírito do preto-velho retrucou, agora já não mais falando como caipira:

"Caro dirigente, na Escola Espiritual da qual faço parte, temos aprendido que o verdadeiro templo não se constitui nas quatro paredes a que chamais Centro Espírita. Para nós, estudiosos da alma, o verdadeiro templo é o templo do Espírito, e é ele que não deve ser profanado com o uso do álcool e fumo, como vem sendo feito pelos senhores. O exemplo que tens dado à sociedade, perante estranhos e mesmo seus familiares, não tem sido dos melhores. O hábito, mesmo social, de beber e fumar deve ser combatido por todos os que trabalham na Terra em nome do Cristo. A lição do próprio comportamento é que é fundamental na vida de quem quer ensinar".

Houve profundo silêncio diante de argumentos tão seguros. Pouco depois, o Espírito continuou:

"Desculpem a visita que fiz hoje e o tempo que tomei do seu trabalho. Vou-me embora para o lugar de onde vim, mas antes queria deixar a vocês um conselho: que tomassem cuidado com suas obras, pois, como diria Nosso Senhor, tem gente "coando mosquito e engolindo camelo". Cuidado, irmãos, muito cuidado. Deixo a todos um pouco da paz que vem de Deus, com meus sinceros votos de progresso a todos que militam nesta respeitável Seara".

Deu uma sacudida na médium, como nas manifestações de Umbanda, e afastou-se para o mundo invisível. O dirigente ainda quis perguntar-lhe o porquê de falar "daquela forma". Não houve resposta.

No ar ficou um profundo silêncio, uma fina sensação de paz e uma importante lição: lição para os confrades meditarem sobre aquilo que crêem ou que necessitam ter para crer!!!!





Saravá Yofá!

Saravá os Preto-Velhos!!!


Saravá todo o povo do cativeiro!


Adorei as Almas!!!!!!



LIÇÕES DE UM PRETO VELHO

1º Ato Em Homenagem Aos (as) Religiosos (as) de Matriz Africana - 03/11/2011 - 19H30

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Jornal Nacional de Umbanda ediçao 23


Estamos novamente no Jornal Nacional da Umbanda,
Acessem:



Estamos com 4 materias , nas paginas: 04 e 26.

ATA DA REUNIÃO DO DIA 12 DE OUTUBRO DE 2011.

ATA DA REUNIÃO DO DIA 12 DE OUTUBRO DE 2011.

O primeiro assunto que foi discutido na reunião foi a realização da nossa confraternização de final de ano. Como o Terreiro está pequeno fisicamente para a quantidade de membros de nossa corrente, foi sugerido alugarmos um espaço para fazermos a festa de final de ano. O aluguel deste espaço seria rateado entre todos os membros da corrente. O Joãozinho deu uma sugestão de lugar e se comprometeu a ver como fazemos para alugar, qual seria o preço, etc.

Para ajudar na arrecadação do dinheiro do aluguel e das demais despesas do Terreiro, surgiu a idéia de se colocar anúncios de empresas no site do nosso Terreiro. O Joãozinho também será o responsável por conduzir esse assunto.

Em seguida tratamos da Gira da Medicina. Essa gira terá início no dia 07 de novembro de 2011.

A Hosana é a responsável por organizar esse trabalho. Ela é quem irá indicar os nomes dos médiuns que começarão a trabalhar na gira da medicina. A lista será passada para o Joãozinho para divulgação.

Os nomes do pacientes que serão atendidos na gira da medicina deverão ser dados para Hosana que irá organizar os atendimentos.

Foi lembrado que tanto os pacientes quanto os médiuns não devem comer carne, fazer extravagâncias, beber álcool e fumar cigarros. Os pacientes terão que respeitar um período de resguardo que será passado e orientado pelos guias.

Mais uma vez destacou-se a necessidade de grande silêncio e da leitura do evangelho antes do começo dos trabalhos. As demais orientações serão passadas na hora.

Hosana deixou claro que os médiuns que não vão trabalhar nesse primeiro momento na gira da medicina estão sendo preparados para trabalhar futuramente e não estão sendo excluídos.

Também foi falado da importância da doação de ectoplasma para curar os pacientes.

Os principais materiais que serão usados nos trabalhos da gira da medicina são: bacia de inox, álcool, algodão, lençol branco.

Conversamos também sobre a doença e karma. As vezes as pessoas tem que passar por determinada doença e o médium não pode se sentir culpado por não poder amenizar tal situação. O médium tem que se colocar a disposição. Foi lembrado que a chave do trabalho é a humildade.

Foi dada a sugestão de ter alguém que explique o que acontecerá durante os trabalhos. Chegou-se a conclusão que nas giras de medicina sempre terá um guia firmando para limpar a pessoa que irá receber o tratamento e dar instruções para o paciente. A limpeza tem que ser feita da porta para fora. Além disso, exus ou caboclos deverão estar firmados na porta.

Para os pacientes deverá ser entregue um folheto com instruções e orações.

Lembrou-se da necessidade de termos fé. Foi destacado o cuidado de devemos ter com a sexualidade e com o chakra correspondente.

Também foi tratado sobre os Trabalhos de Sábado.

As giras de sábado terá inicio no dia 05 de novembro. O horário dos trabalhos será das 19:00h as 22:00h.

A corrente de sábado será formada pelos seguintes membros:

Sueli

João Pai

Sandreli

Joãozinho

Afonso

Lucy

Talita

Ari

Jonas

Cesar

Rafael

Anderson (que irá revezar entre as correntes de sexta e sábado)

Daniele

Renato

Erica

Camila



O calendário de dezembro foi definido da seguinte forma:

Ø Dia 11 de dezembro e dia 12 de dezembro serão as ultimas giras abertas para a assistência.

Ø Dia 16 de dezembro será o ultimo trabalho do ano. A gira será de esquerda e é fechada, somente os membros da corrente deverão participar.

Ø Dia 06 de janeiro volta os trabalhos.

Também foi falado que nem todo o médium já está preparado para puxar os guias de outros médiuns. Assim, para evitarmos problemas, foi definido que quem pode puxar os guias de outras pessoas são: Sueli, Joãozinho, Seu Ney, Afonso, Douglas e Lea.

Lembrou-se da importância de tentarmos trabalhar somente na linha do dia. Além disso, também foi falado que os médiuns tem que se cuidar mais, se resguardar mais e tomar cuidado com a bebida.

As giras de desenvolvimento serão aos sábados, antes dos trabalhos.

Foi falado novamente sobre as pedras sujas, e sobre a necessidade de deixarmos tudo limpo para a gira seguinte.

domingo, 23 de outubro de 2011

As Sete lagrimas de um Exu.


Em anos trabalhando na Umbanda, com muita honra junto ao Senhor Rei das Sete Encruzilhadas, durante os trabalhos em apenas duas vezes eu o vi chorar.

Em atendimento a pessoas que nos procuram, ele sempre dando palavras de incentivo, de força, de carinho... mas no fundo me veio uma angustia , uma tristeza muito forte, sentimento esse passado a mim por ele.

Apos algumas semanas nesses dois casos fiquei sabendo que os problemas dessas pessoas eram mais graves do que parecia. Ele lógico já sabia, mas nunca iria desanimar essas pessoas, já tão magoadas pela vida. Essa é nossa principal missão, escutar e dar força aos que necessitam, mas não intervir na vida de cada um, isso é o LIVRE HARBITRO.

Em pensamento após isso, ele me mostrou esse acontecido:

Estava Senhor Sete sentado a pensar na sua historia, eu sua missão, nas vidas passada, nas missões cumpridas e as não cumpridas.

Veio ao seu encontro Pai João, preto velho esse que trabalha junto ao Senhor Sete, dando-lhe as missões a serem feitas.

Perguntou o Preto Velho:

- O que esta te aperriando Sete?

-Estou a pensar em minha historia querido Pai...

- Pense reflita todos precisamos de vez em quando fazer um balanço de nosso caminho.

Nesse momento cai a primeira de sete lagrimas...

Pai João com sua bondade, sabendo que ate mesmo o Rei dos Exus precisa de uma palavra para ter força e seguir em frente pergunta:

- Quer me falar dessas lagrimas filho amado?

- Sim Pai, pois talvez eu não seja tão forte e correto como pensas...

- Então me fale...

-A primeira é por pensar em minhas vidas passadas, como eu poderia ter sido mais feliz, como eu poderia dar mais valor a minhas famílias e a coisas simples que Oxalá me deu...

-A segunda é por ver que tantas pessoas que nos procuram hoje nos terreiros estão indo para o mesmo caminho...

-A terceira é ver tantas famílias que também nos procuram nos trabalhos com problemas em casa, mas percebo que ali já não existe mais o amor, casa um esta pensando em suas necessidades, suas vontades, esquecendo muitas vezes que nessa família, alem dos dois, marido e mulher, sempre tem crianças, que sofrem muito com essas situações e muitas vezes ficam ate doentes fisicamente para tentar unir os pais. esse é uma lagrima muito dolorosa...pois crianças não merecem passar por isso.

-A quarta é por ver esse religião que nos alistamos para trabalhar e que é tão linda e forte ser usada por médiuns de má índole, que querem se aproveitar de situações difíceis das pessoas para enriquecer sem escrúpulos.

-A quinta é por saber que nossa missão é muito grande e importante, isso não me amedronta, o que me amedronta é saber que o tempo esta se encurtando e muitas almas ainda precisam de nós.

-A sexta é por ver a omissão de tantas pessoas, médiuns ou não que poderiam de alguma forma ajudar a quem precisa, mas por comodidade, ganância, falta de informação ou outras coisas do tipo não o fazem...

- A sétima, essa sim pai, é a que mais me incomoda.

- Me conte filho...

- Sinto no fundo de minha alma, que ainda existe um ponta, um resquício do que fui em outras vidas, da pessoa vingativa, má, sem pena de nada e de ninguém, uma pessoa furiosa. Meu medo é que por ver tanta coisa errada acontecendo essa pontinha do que eu era, tome conta de mim clamando por justiça e eu comece a resolver oque me incomoda com minhas próprias mãos pai...desrespeitando assim as leis da Umbanda e de Oxalá.

Pai João olha para o Céu... respira fundo e com a inteligência de sempre responde ao Exu:

- Então filhos tire esse medo de você, esse ”pontinha do seu eu antigo” que esta ai a te aperriar, existe em todos. È mais um sinal que tu estas no caminho certo, pois se não fosse assim você estaria a trabalhar na Umbanda apenas por trabalhar...e não com a vontade e o desejo de ajudar a melhorar as pessoas e o mundo.

Exu se levanta, respira fundo, se refaz e diz:

- O senhor esta certo Pai, mais uma vez obrigado pela confiança e por me deixar trabalhar ao teu lado. Agora me vou preciso “TRABALHAR” !!

- Vai com Oxalá filho...

Assim o Exu se fortaleceu mais ainda e esta por ai a lutar por todos nós!!

João Carlos Galerani Jr

Dirigente Terreiro da Vó Benedita

sábado, 22 de outubro de 2011

HISTÓRIA DA ENCARNAÇÃO NO BRASIL DO CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS


O Caboclo das Sete Encruzilhadas , é uma entidade muito querida na nossa Comunidade , é o atual mentor espiritual do Terreiro da Vó Benedita.

Inicialmente , uma rápida explicação quanto à confusão que alguns irmãos fazem , porque o Caboclo das Sete Encruzilhadas e o Exú Rei das Sete Encruzilhadas , são entidades que possuem nomes semelhantes ( são quase homônimos) , porém trata-se de espíritos distintos , cada um deles trabalhando espiritualmente em seu nível vibratório. Ambos prestam grandes serviços para a melhoria e desenvolvimento dos espíritos encarnados. Ambos , estão em constante evolução , mas não existe qualquer relação de dependência entre eles.

Ao que se tem informação , é que o Caboclo das Sete Encruzilhadas ,é um espírito muito antigo, já encarnado ao tempo da vinda do MESTRE JESUS à Terra e que na roda de suas encarnações , jamais apareceu no nível em que trabalham os nossos “compadres” Exus, como alguns , face à semelhança de nomes , tentam explicar.

Ao tempo do Brasil Colônia , mais precisamente no Estado do Rio de Janeiro , em uma localidade às margens do Rio Paraíba do Sul , chamada hoje de Barra do Piraí. Precisamente neste local , o rio atingia uma grande largura e o seu leito tomava um aspecto sinuoso, alí existia uma fazenda de diversas culturas , entre as quais e em maior escala ,a do café e da cana-de-açucar. Tal propriedade, era administrada por uma família portuguêsa , que ao contrário de outras existentes nas proximidades, alí não era exigído o braço escravo. Os negros que lá trabalhavam, recebiam além da casa e alimentação , uma remuneração em moeda, por isso era a propriedade mais próspera do local, isto graças à forma de administração adotada por seus proprietários.Próximo dali , vivia uma tribo de indios da Nação Tupi-guarani , com os quais , os fazendeiros mantinham um excelente relacionamento.

O Chefe da tribo, era môço e possuia uma razoável cultura,pois fôra alfabetizado na Capital , apaixonou-se por uma das filhas do fazendeiro, que correspondeu ao seua afeto vindo a casar-se com ele, contrariando os costumes de ambas as comunidades. Após a união, ela engravidou, tendo que viajar à Capital do Rio de Janeiro para tratamento médico, demorou-se algum tempo e ao regressar recebeu uma horrivel noticia : que um grupo de indios estranhos na localidade , de surprêsa , tentaram invadir a fazenda para saqueá-la ,os fazendeiros pediram socorro e os guerreiros Tupi-gurany, vieram , mas não puderam impedir que os pais da moça e seus irmãos fossem mortos. Na batalha , o chefe Tupi-guarany , seu marido ,ficou gravemente ferido ,vindo também a falecer em consequência.

Ao todo, sete pessoas foram assassinadas pela tribo invasora. E todos foram sepultados , em uma ilha situada no Rio Paraíba do Sul, dentro da fazenda. E a moça grávida , ùnica remanescente da família de fazendeiros , ia todas as tardes rezar na ilha, junto às sete cruzes que demarcavam os locais onde seus pais ,irmãos e esposo foram sepultados.

Porém , em uma dessas tardes , em que rezava junto ao túmulo do esposo, sentiu-se em trabalho de parto e ali mesmo deu à luz a um menino, seu filho com o chefe Tupi-gurany, cujo corpo estava naquele local sepultado.

O menino cresceu cercado do imenso carinho de sua mãe e recebeu ensinamento proveniente de duas culturas: a cristã adotada por sua mãe e a outra orientada pelo Pagé da tribo de seu pai. Estudou na Capital do Estado e posteriormente na Côrte , recebendo instrução superior de Direito. Como advogado teve intensa atividade profissional em defesa de escravos nos Tribunais do Rio de Janeiro,que eram acusados de crimes pelos senhores escravagistas. Na qualidade de chefe de sua comunidade indígena , disfarçadamente , invadia as fazendas de regime escravo , libertando os cativos e colocando-os em local seguro. Na verdade ninguém conseguia identificar o chefe que comandava o grupo indígena libertador de escravos, ora ele se apresentava com o aspecto físico de indivíduo alto ,ora baixo , as vezes gordo e outras vezes magro, cada ataque era comandado por uma pessoa diferente e assim ele conseguia se manter no anonimato, consequente a dupla personalidade. O seu verdadeiro nome era CABOCLO DAS SETE CRUZES ILHADAS , por ter nascido no local onde existiam sete cruzes em uma ilha ,porém o povo por corruptela o chamava de CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS, nome que ele adotou humildemente, até mesmo em sua vida espiritual. Tal nome ficou fixado pelo povo escravo , que o adorava , e quando o grupo surgia na estrada eles cantavam uma toada que tinha a seguinte letra:

“Lá vem , lá vem , bem longe na estrada,

Lá vem, lá vem, o Caboclo das Sete Encruzilhadas”.

Após ter desencarnado , voltou através da mediunidade de ZÉLIO FERNANDINO DE MORAES , em novembro de 1908 , como espírito mensageiro , colocando as bases da UMBANDA, no Rio de Janeiro.

Antes do ano de 1948 , um grupo liderado por Henrique Landi Junior , nosso fundador , várias vezes dirigiram-se à cidade vizinha de Niteroi , na busca de uma entrevista com o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS , que nem mesmo o seu médium Zélio , sabia o dia e a hora em que voltaria a incorporar. Quando aconteceu o encontro o Caboclo forneceu a orientação para a fundação da TENDA ESPÍRITA FRATERNIDADE DA LUZ , fato que ocorreu em 08 de abril de 1948 ,pautado nas normas umbandistas adotado pela entidade.

E ao terminarmos , este relato , não poderiamos deixar de considerar aquí o nosso pleito de gratidão a Zélio Fernandino de Moraes , medium do CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS , veículo através do qual , esta luminosa entidade nos legou a maravilhosa UMBANDA , fundamentada na máxima crística: FÉ – ESPERANÇA – CARIDADE.

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ALGUNS PONTOS – CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS

Chegou! Chegou!
Chegou… com Deus…
Chegou! Chegou!
O Caboclo das 7 Encruzilhadas!

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Já clareou lá no céu
Iluminou o congá
Aí vem o nosso chefe
Foi Ogum quem enviou
Caboclo das Sete Encruzilhadas
De Oxalá traz a bênção
Ele traz para seus filhos
A divina proteção!

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Eles são 3 caboclos… Caboclos do Jacutá!
Eles giram noite e dia até o dia clarear!
7 com mais 7, com mais 7 vinte e um
Salvamos os 3 setes, todos 3 de um a um.
7 Montanhas gira quando a noite lá chegar,
Seu irmão 7 Lagoas quando o dia clarear,
E ao romper da aurora até a alta madrugada
Gira o Caboclo das 7 Encruzilhadas

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Ovelhas abnegadas
Do Rosário de Maria
Salve Sete Encruzilhadas
Salve a Estrela Guia!

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Sua aldeia estava em festa…
Sua taba toda iluminada…
Saravá o Rei da Umbanda!
Salve Sete Encruzilhadas!


Muito Obrigado a todos que nós ajudaram

Com o aluguel desse mês.

Conseguimos mais uma vez pagar em dia.

Parabéns a todos também pelo lindo trabalho de ontem, nossa casa estava lotada, mas todos foram atendidos com carinho e dedicação.

Muito obrigado pelo esforço de todos!

Joãozinho...

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Um perigo que ronda todos os médiuns


Sempre que falamos de mediunidade, como estamos fazendo em nosso site, falamos dos tipos de mediunidade e de como ela se processa. Tratamos de sua definição e de suas particularidades dentro de nossa querida Umbanda. Entretanto é preciso fazer um alerta para a reflexão de todos os médiuns! Sempre ressalto e tento demonstrar que ser médium não é possuir um dom, ser especial, ser melhor que ninguém. Ser médium é possuir uma faculdade e ao mesmo tempo uma missão, e como toda missão, ela vem acompanhada de muita responsabilidade.

No entanto não podemos confundir essa nossa missão com um mediunismo missionário, ou seja, que somos enviados diretos dos Orixás, escolhidos. Estes tipos de médiuns são, obviamente, raros e a simples presença dessas pessoas nos inspira, nos emociona e nos transforma. Médiuns missionários são aqueles que estão moralmente muito mais equilibrados do que nós, possuem um amor verdadeiro e nato, possuem a verdadeira sabedoria.

Desta forma como entender a nós? Somos médiuns de expiação, médiuns que tiveram a graça de receber a faculdade da mediunidade para expurgar os karmas, uma oportunidade para acelerarmos nossos resgates, uma forma a mais para que possamos nos deparar com espíritos amigos ou com antigos desafetos e, juntos, buscarmos um caminho de luz e de paz. Somos assim pessoas normais, com um mesmo fim: a busca da verdadeira felicidade.

Assim por sermos espíritos endividados, por não sermos criaturas “aladas”, especiais, devemos cuidar muito de nosso desenvolvimento moral. Pois só com muito suor e força de vontade que um dia nos tornaremos médiuns missionários, e assim seremos médiuns melhores, e com certeza mais capazes de fazermos valer a vontade dos Orixás. Por sermos assim tão normais, é que muitos médiuns se perdem no caminho, começam a vender suas faculdades, percebem que podem manipular as energias, conseguem magnetizar pessoas e objetos e essa sensação de poder faz com que o orgulho cubra os olhos da carne e da alma.

Não são poucas as histórias de médiuns envaidecidos e que acreditam ser super-homens, e assim estarem acima do bem e do mal e por isso poderem fazer uso de suas faculdades da forma que melhor lhe convierem. Não são poucas as histórias de umbandistas, de pais e mães-de-santo, e outros médiuns de outras religiões, que acabaram perdidos. Tudo porque não conseguiram ter a humildade necessária para a tarefa mediúnica e, assim, caíram no caminho do orgulho.

Diante disto, nossa tarefa emergencial, urgente mesmo, é zelarmos para que possamos controlar e lutar incessantemente contra o nosso orgulho. Uma tarefa difícil, mas possível. E para isso poderemos contar com nossos queridos guias espirituais, basta realmente encararmos nosso orgulho e pedirmos para que ele seja derrotado pela verdadeira e nobre humildade.

O médium orgulhoso acredita que pode mais e melhor que o seu irmão de gira. Acredita sempre que tem razão, que os outros médiuns têm muito o que aprender com ele. Os ensinamentos dos outros sempre estão equivocados, pois não é o mesmo do que o dele, assim como ele é sempre o certo não consegue mais absorver ou reciclar seus conhecimentos. Por isso o médium nesta fase escuta muito pouco, e sempre quer falar muito. Escutar não é necessário, pois ele já sabe. Não permite que a entidade lhe fale, e lhe mostre como fazer, pois sua mente embriagada do orgulho acha que já conhece o caminho. Quando não lhe é dado toda a atenção se zanga, e tem certeza que se trata de uma perseguição, ou então deve ser ciúmes de suas qualidades.

É típico desses médiuns aprenderem receitas, lerem e decorarem pontos riscados, banhos e “ebós para todos os fins” e passam a “receitar” estas simpatias em todo o lugar que andam. Este é um caso mais avançado do orgulho que extrapola as correntes de uma gira.

Diante deste quadro o médium vai se afastando de seus guias, deixando de escutar os verdadeiros emissários dos Orixás, e permite que espíritos menos evoluídos deixem se passar por mensageiros. A mistificação será uma questão de tempo.
Não conheço ninguém que não deva cuidar de sua mente para que não seja corrompido pelo orgulho. Esse mal assombra a todos, mas quem conseguir vencê-lo dará passos decisivos rumo a sua iluminação.

Por isso peço que os Orixás enviem seus emissários e mensageiros para nos proteger e iluminar quanto a este mal que nós mesmos criamos e cultivamos que se chama orgulho. Em especial que os Pretos-Velhos possam nos mostrar com seu exemplo, suas energias e sua sempre simples e profunda conversa, o caminho para a humildade.

P.S. Se você leu este texto e o tempo todo pensou em outra pessoa que não você mesma, leia de novo, pois com certeza este texto serve para você. Julgar os outros acreditar que este ou aquele é um médium orgulhoso, é uma clara demonstração do orgulho, pois acha que é capaz de julgar o seu semelhante. Este também é um alerta, cuida de julgar os seus atos, e para os atos dos outros a única coisa que você pode fazer é rezar para que os Orixás os iluminem, e que você agindo de forma humilde seja um exemplo em seu meio

Enviado por Jaqueline Caldart

TEXTO RETIRADO DE: http://www.paitobias.com/modules.php?name=News&file=article&sid=56

terça-feira, 18 de outubro de 2011

As subversivas Pombogiras - por Douglas Fersan


Falar de pombogiras (ou pomba-giras ou ainda bombogiras) é uma tarefa complexa – talvez mais complexa que falar dos exus, demonizados pela tradição católica da nossa colonização. Essa complexidade ocorre porque além de serem demonizadas tanto quanto os exus – haja vista que as pombogiras são também classificadas como “exus femininos”, não estando, portanto, isentas desse sincretismo com o diabo bíblico – mas também porque a identidade brasileira é formada e calcada não apenas em valores religiosos, existe uma ideologia (ainda que sustentada pela religião européia) que configura a nossa sociedade, e o machismo é um de seus traços marcantes. Assim, se as entidades que trabalham na Umbanda (e nos cultos afro-ameríndios de uma forma geral) já são estigmatizadas, mas quando se trata de entidades femininas, esse estigma só tende a aumentar e ganhar um caráter ainda mais marginalizado, pois além de ser um ícone de uma crença já rotulada negativamente, ainda são mulheres e como tais, sob a ótica e a tradição cristã-européia, deveriam comportar-se de forma exemplar dentro dos padrões estabelecidos há tantos séculos.

Assim, não demorou para que se associasse a figura da Pombogira não só ao diabo, mas também à prostituta. Contribuiu para essa associação a maneira sensual como essas entidades se manifestam quando estão em terra. Como já foi dito, pelas tradições históricas, espera-se um comportamento exemplar (e por que não dizer, assexuado?) das mulheres. Sob essa ótica, a Pombogira é a entidade de Umbanda mais transgressora que se manifesta, mais subversiva até que o exu masculino, já que do homem se espera o caráter viril, impetuoso e ousado, mesmo que demonizado. Dessa forma, no imaginário popular, a Pombogira, além de ser o demônio, é também a prostituta, a mulher sem pudor, que em vida não tinha limites sexuais e que, agora, no mundo espiritual continua tendo um comportamento promíscuo.

No entanto, essa é uma visão estereotipada das Pombogiras, uma visão repleta de senso comum e até mesmo de folclore. É preciso entender Pombogira antes de falar dela, e essa não é uma tarefa fácil e requer responsabilidade.

Tanto quanto os caboclos ou pretos-velhos, as pombogiras são incansáveis trabalhadoras do Astral e, assim como os exus, são pouco compreendidas, muitas vezes até pelos próprios seguidores das religiões afro-ameríndias, que no lugar de desmistificar a imagem diabólica e promíscua dada a essas entidades, acabam por reforçá-la, através da propagação do senso comum, fruto da falta de compreensão da própria crença que professam.

Segundo essas religiões, prevalece no universo o princípio da dualidade – não confundir com maniqueísmo – assim, o bem e o mal, o masculino e o feminino, o positivo e o negativo, a luz e as trevas fazem parte do mecanismo que movimenta o mundo. Dessa forma, a Pombogira é um elemento importante para esse funcionamento, já que ativa o lado feminino espiritual, o que faz das religiões que cultuam essa entidade algo ímpar, pois é sabido que a maioria dos credos prima pelo masculino, excluindo de forma despótica a figura feminina, ou colocando-a em condição subalterna.

Mais uma vez, portanto a Pombogira aparece como uma figura subversiva pelo simples fato de manter evidente a sua condição feminina. Na Umbanda e nos cultos similares, a Pombogira, cujo arquétipo prima pela feminilidade e sensualidade nela contida, não é uma entidade de segundo escalão ou subserviente. É tão atuante e senhora de si como as demais e, também nesse aspecto, pela própria subversão inerente a essa categoria de espíritos, a Umbanda se torna única e estende esse caráter ao mesmo tempo subversivo e libertário às ações de seus seguidores. Um claro exemplo disso é o fato de existirem sacerdotisas na Umbanda – em grande quantidade, em detrimento de outras religiões, onde a liderança sacerdotal é predominantemente masculina.

Afirmar categoricamente que existe uma relação entre a Pombogira e esse fato seria algo arriscado demais, mas certamente a crença no poder dessas entidades faz com que os seus adeptos (homens ou mulheres) passem a enxergar a figura feminina de forma menos arraigada nos princípios machistas da sociedade, permitindo assim que as mulheres assumam a liderança do culto e se tornem respeitadas. Não são poucos os homens, seguidores desses cultos, que reconhecem e respeitam a autoridade de suas sacerdotisas ou mães-de-santo. A Umbanda vence as barreiras de gênero e o culto às Pombogiras certamente contribui muito para isso.

Entretanto (e paradoxalmente), mesmo entre os seguidores desses cultos ainda existe certa incompreensão da figura da Pombogira, como já dito anteriormente. Muitos ainda propagam a falsa idéia da mulher sensual e demonizada. Para reforçar essa crença, soma-se o fato de que essas entidades são muito procuradas – e eficientes – para a solução de casos materiais e especialmente amorosos. O fato de estarem predispostas a auxiliar os aflitos no amor parece dar a elas um status ainda mais estigmatizado, mais ligado à figura da mulher pervertida, dada a aventuras sentimentais. Porém, uma análise fria pode nos dar outra visão: a de que todos os aflitos têm direito a auxílio espiritual, independente da ordem do seu problema – seja afetivo, material, financeiro ou familiar.

Mais uma vez as raízes judaico-cristãs nos levam a um julgamento de valor. Perpetuou-se, ao longo dos séculos, a crença de que certos problemas não podem (ou não devem) ser levados à esfera divina. Em outras palavras, pessoas com problemas relacionados ao amor e à sexualidade não são dignas de ser ouvidas e auxiliadas pelas forças divinas. Seria uma espécie de profanação ou banalização do divino levar esse tipo de problema à sua apreciação, mais eis que novamente a Pombogira surge como figura subversiva no cenário espiritual, sempre disposta a atender àqueles que sofrem questões sexuais ou amorosas.

Demonizadas ou não, compreendidas ou não, essa qualidade de espírito desempenha importante papel no funcionamento das religiões afro-ameríndias. Sua função não é apenas espiritual, mas é também social e ideológica, pois ao socorrer os desvalidos e aflitos no amor coloca a todos – homens e mulheres, ricos e pobres – em condições igualitárias, e também porque dão aos seus cultos um caráter libertário, tanto no que se refere à igualdade de gênero quanto à própria liberação sexual, pois conseguem desassociar o sexo do pecado, do profano e do intratável. São entidades que acima das questões amorosas, primam pela liberdade do ser humano e pelo respeito às suas escolhas.

Douglas Fersan – Sociólogo/Historiador
Julho de 2010

sábado, 15 de outubro de 2011

Boiadeiro Zé Mineiro


Meu nome é Zé Mineiro

Sou Peão, Caboclo Boiadeiro

Não se engane não seu moço

Em baixo desse chapéu te um cabra ligeiro

No lombo de meu cavalo panteneiro

Já cruzei o sertão desse Brasil Inteiro

Hoje com muita Fè to a disposição aqui nesse Terreiro

Com muito orgulho sirvo a corrente dos Boiadeiros

Na força de meu laço certeiro

Não há de ficar em pé nenhum feiticeiro

Já toquei boi toquei boiada

E assim criei minha fiarada

Oque importa nessa vida é ser um cabra honesto

Pois hoje lhe garanto ninguém vai dizer que não presto

Tomo minha cana, pro meu corpo cansado

Mas tenho muito orgulho de meu passado

Tive uma vida de muita felicidade

Mas foi aqui que me achei na caridade

Obedeço tudo que meu pai Oxalá manda

Pois hoje sou mais um soldado da Umbanda

Salve o povo Mineiro

Salve os Boiadeiros

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