Mas, de onde veio esse elemento? Qual sua função? Qual sua
história? Para que é utilizado? O que representa cada cor?
Buscar-se-á neste humilde texto responder essas indagações, a
fim de oportunizar aos nossos filhos de fé, e irmãos em geral, o esclarecimento
sobre esse instrumento sagrado tão utilizado por todos os nossos guias
espirituais.
Ao comprar uma Pemba nova, em qualquer loja de Umbanda deste
país, certamente você irá encontrar um folheto dentro da embalagem, com as
seguintes informações:
"Pemba Legítima Africana" - Recuse imitações!
"A PEMBA é objeto permanente aos ritos Africanos, mais
antigos que se conhecem, fabricada com o pó extraído dos MONTES BRANCOS
KABANDA, é empregada em todos os RITOS E CERIMÔNIAS, festas, reuniões ou
solenidades africanas e umbandistas.
Nas tribos de UMBANDA, BACONGO E CONGOS, é usada a PEMBA sob
todos os pretextos. Quando é declarada a guerra, os chefes esfregam o corpo
todo com a PEMBA para vencer os inimigos; por ocasião dos casamentos, os noivos
são pelos padrinhos esfregados com a PEMBA para que sejam felizes; o negociante
que quer conseguir um bom negócio esfrega um pouco de PEMBA nas mãos; em
questões de amor então, bem grande é a influencia da PEMBA, usando-a as jovens
como se fosse o pó de arroz porque dizem, traz felicidade no amor e atrai
aquele a quem deseja. "
Como era fabricada a PEMBA na antiguidade?
Era privilegio do SACERDOTE MAIS VELHO DA TRIBO a direção dos
trabalhos da fabricação da PEMBA. Esta era feita por moças virgens em completo
jejum presididas pelo SACERDOTE, que durante a fabricação não podia tomar
alimento de espécie alguma nem beber água, apenas fumando o seu cachimbo, que
era considerado sagrado.
Durante três dias e três noites e às vezes mais, a
PEMBA era trabalhada, acompanhada por música de CONGO, as virgens
cantavam sem cessar preces à VIRGEM PEMBA para que esta transmita todas as suas
virtudes a que estão fabricando.
A PEMBA É OBJETO DE GRANDE COMERCIO ENTRE OS AFRICANOS
LENDA DA PEMBA
Contam as lendas das tribos Africanas o seguinte sobre a PEMBA:
M. PEMBA era o nome de uma gentil filha do SOBA LI-U-THAB, SOBA
poderoso dono de grande região e exercendo a sua autoridade sobre um grande
numero de TRIBOS.
M. PEMBA estava destinada a ser conservada para ser virgem para
ser ofertada as divindades da TRIBO, acontece porem que um jovem estrangeiro
audaz, conseguiu penetrar nos sertões da ÁFRICA, e se enamorou perdidamente por
M. PEMBA.
M. PEMBA por sua vez correspondeu fervorosamente a este amor e
durante algum tempo gozaram as delicias que estão reservadas aos que se amam.
Porem não há bem que sempre dure, o SOBA poderoso foi sabedor
destes amores e uma noite de luar mandou degolar o jovem estrangeiro e jogar o
seu corpo no RIO SAGRADO U-SIL para que os crocodilos o devorassem.
Não se pode descrever o desespero de M. PEMBA e para prova de
sua dor esfregava todas as manhas o seu lindo corpo e rosto com o pó extraído
nos MONTES BRANCOS KABANDA e a noite para que seu pai não soubesse dessa sua
demonstração de prazer pela morte e seu amante, lavava-se nas margens do RIO
DIVINO U-SUL.
Assim fez durante algum tempo, porem, um dia pessoas de sua
tribo que sabiam dessa paixão de M. PEMBA, e que assistiam a seu banho viram
com assombro que M. PEMBA elevava-se no espaço ficando em seu lugar uma grande
quantidade de massa branca lembrando um tubo.
Apavoradas correram contar ao SOBA o que viram este desesperado
quis mandar degolar a todos, porem como eles haviam passado nas mãos e corpos o
pó deixado por M. PEMBA notaram que a cólera do SOBA se esvaia, e que ele tinha
se tornando bom não castigando os seus servos.
“Começou a correr a fama das qualidades milagrosas da massa
deixada por M. PEMBA e atravessou esta e muitas gerações chegando até nossos
dias prestando benefícios àqueles que dela se tem utilizado.”
Pois bem, essas informações interessantes, porém
não seguras, são encontradas dentro de qualquer caixa de Pemba. Não são
informações seguras porque não citam a fonte, ou, ao menos, o autor do texto.
Por isso, toda história lá contada deve ser vista com reservas.
Há também indicações de como e quando usar. Todavia, optei por
não transcrevê-las aqui, por entender se tratar de informações superficiais que
não iriam acrescentar em nada nosso estudo, pelo contrário, poderiam confundir
o leitor.
Entretanto, havemos de concordar que a origem da Pemba é, sem
sombras de dúvidas, Africana.
Ela é confeccionada com uma substância chamada “caulim” (argila pura de cor branca), Importado da África. Em razão da dificuldade de importação, o “caulim” foi substituído pelo “calcário” e a ”tabatinga”.
Ela é confeccionada com uma substância chamada “caulim” (argila pura de cor branca), Importado da África. Em razão da dificuldade de importação, o “caulim” foi substituído pelo “calcário” e a ”tabatinga”.
Sua confecção é bem simples: Basta misturar uma pequena
quantidade do material citado acima triturado com um pouco de goma arábica
diluída em um pouco de água, Deixá-la secar um pouco, e antes que a massa
endureça dar a ela o formato desejado.
Trata-se de um dos elementos indispensáveis dentro da
liturgia Umbandista. É um elemento sagrado que, quando imantado, cruzado, pela
entidade, torna-se uma ferramenta poderosa. É por meio dela que o guia
espiritual irá fazer seu ponto riscado.
Esses símbolos são trazidos pela própria entidade. Não é o
médium que cria tais pontos. Muito menos copia de alguns dos livros infelizes
que existem por aí. Se o médium está realmente incorporado, a entidade irá
riscar seu ponto com muita segurança e irá explicar exatamente o que ele
representa.
"O ponto quando riscado cria um elo com o plano
espiritual que emana energias, fluídos e vibrações diretamente no ponto. Na
maioria dos casos quando é riscado um ponto a entidade põe alguém necessitado
dentro dele, é quando a pessoa, às vezes, sente as vibrações, dependendo de sua
sensibilidade. É possível também um médium vidente ver os pontos riscados
brilharem e emanarem luzes diversas."
Também, é bom esclarecer que, mesmo sendo duas entidades de
mesmo nome, dificilmente o ponto riscado será idêntico, vez que, por mais que
sejam espíritos ligados à mesma falange, possuem ainda certa individualidade.
Todavia, alguma semelhança sempre haverá.
A Pensa também pode ser usada para riscar objetos, portas, janelas, no objetivo de cruzar o ambiente, evitando a entrada de maus espíritos e de energias negativas. Além disso, a Pemba auxilia na entrada das boas energias e na abertura de caminhos.
Também, utiliza-se a Pemba para riscar as mãos, os pés e a
cabeça dos médiuns e das pessoas da Assistência. E assim é feito, geralmente,
para dar a eles proteção. Também é utilizada antes da realização do amaci. A
Pemba, juntamente com as águas puras e ervas sagradas fortalecem a coroa do
médium, trazendo maior sintonia entre ele (o médium) e suas entidades
espirituais.
Em alguns casos específicos a Pemba pode ser raspada, obtendo-se
um pó, que é utilizado para determinados trabalhos e até mesmo, colocado dentro
do próprio amaci. Todavia, não existe na Umbanda qualquer ritual de "sopro
de pó de pemba", como existe no Candomblé.
É bom lembrar que a Pemba não é sagrada por si mesma. Uma Pemba
comprada em uma loja qualquer, se não for cruzada pelo guia da casa, não terá
serventia nenhuma. Será apenas um giz como outro qualquer, sem nenhuma
utilidade espiritual.
Todavia, a Pemba que é cruzada e abençoada pelo guia, torna-se
uma verdadeira arma para aqueles que sabem manipulá-la. É um instrumento de luz
usado pelo guia, essencial em qualquer trabalho de Umbanda.
Também é comum se falar em "Lei da Pemba" para referir-se à Umbanda. A expressão "Filhos de Pemba" é utilizada para identificar os filhos de Umbanda, aqueles que estão cumprindo as diretrizes de Aruanda.
Por fim, para homenagear esse instrumento sagrado, segue o ponto cantado na abertura de todos os trabalhos de Umbanda:
“Ô salve a Pemba!
Também salve a toalha!
Ô salve a Pemba!
Também salve a toalha!
Salve a coroa,
É de nosso Zambi é o
maior!
Salve a coroa!
É de nosso Zambi é o
maior!”
Este texto foi adaptado por Afonso o texto original encontra-se no
blog TENDA DE UMBANDA FILHOS DA VOVÓ RITA no Link abaixo:
Atenciosamente
Afonso Perez Alen
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.