Ale Gama - Ibao
Gratidão a família de Axé Pai Joãozinho Galerani!
Mais um ano nas ruas e avenidas de Campinas! Começamos sexta, na comunidade e encerramos no domingo, com a abertura do desfile das escolas de samba. Apenas (e mais alguns) passos na imensidão da descoberta sagrada da vida. Dos princípios e valores civilizatórios da matriz africana, destacamos três: cooperação, comunidade e identidade. E para traduzí-los ou explicá-los, as imagens colaboram. Fazer valer estes e outros princípios, no exercício diário de partilhar modos de olhar, saber, aprender, escutar, observar... Pois para nós, não existe ser mais que nossos irmãos e irmãs, e sim, ser mais para nós mesmos e juntos, cooperar e partilhar momentos, sempre únicos em nossa existência e trajetória.
E sobre "Identidade". Já bastam todos os fragmentos impostos pelos históricos tiranos e sedentos de poder. Bastam as categorias que nos foram impostas, com a finalidade de nos reduzir "a coisas" classificáveis, como objetos catalogados, inertes, imutáveis. Somos movimento, somos tradição viva e constante. Não nos satisfazemos mais com o que disseram que deveríamos ser e sim com o quê nossa força e capacidade nos lega a construir.
Nossa África sobrevive em nosso dia a dia, em nossas batalhas e lutas pela dignidade e pelo direito de viver nossas ancestralidades. Sim no plural! Não somos produto da biologia étnica, que nos condiciona e oprime. Somos vida, ancestralidade, expressão, cultura, etnias em libertação! Que a soma de todas as irmandades possam desconstruir os ransos opressores e dominantes! Que possamos partilhar verdadeiramente, nossas formas únicas de ser e estar no mundo! Que possamos atravessar com urgência as correntezas da soberba, introjetadas como forma de enfraquecer nossa luta. E que possamos enxergar com lucidez os motivos de inquietar-se com o nossa própria carne, refletida no espelho do próximo - que nos impõem distante - mas são apenas parte de nós mesmos, esquartejada pelos cantos da tirania.
Que nossas matrizes: Bantu, Jeje, Ketu, sejam fontes inesgotáveis de força, negritude, fé e respeito. Que transbordem em nossos caminhos, fartura de alimento e sabedoria. Amor!
Gratidão às Mametos e Iyás, Tatas e Babás, às comunidades tradicionais de matriz africana de Campinas e Hortolândia, em especial, que nos acompanharam nos cortejos de 2015: Doné Eleonora, Mametu Corajacy, Mamento Dangoroméia, Baba Toloji, Baba Okun Olola, Tata Tauamigelê, Iyá Ayrá Tunji, Pai Joãozinho, Tata Oluandeji, Mametu Kuianikewá, ao Afoxé Oyá Obirin Odé e Maracatucá.
À nossa Mãe Iberecy, nossa gratidão à comunidade, a todos e todas, parte desta forma de viver e amar. Xangô nosso patrono, saudamos a sua onipresença! E as águas caíram forte no domingo... Arrastando as impurezas da vaidade! Nos deixando alegria e humildade. Nossa grandiosa Mãe Oxum nos abençoou!
Ngunzo! Asè!
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