Todos os dias vejo muitas placas com esse tipo de informação.
Hoje, porém, uma bem em frente ao local onde tomo o ônibus para o trabalho, me chamou especialmente a atenção, dizia ela:
"Mãe Cotinha D’Oxum, recém-chegada da Itália, com cinqüenta anos de Umbanda, respeitabilidade e confiança. Traz seu amor de volta em 24 horas. Amarrações em três dias. Trabalhos infalíveis".
É essencial que seja explicado a você que se sentiu tentado a procurar a tal senhora, o quanto esse tipo de chamado é mentiroso e esconde segundas intenções que fatalmente atingirão seu talão de cheques em cheio. Se ela realmente tem o poder enunciado, com absoluta certeza não é da religião que apregoa.
Na Umbanda esse tipo de trabalho é rigorosamente proibido, temos como regra jamais fazer nada que possa interferir no livre arbítrio de alguém e nada pode atingi-lo mais que uma amarração.
Procurar alguém que faz esses anúncios pode levá-lo a envolver-se com baixa magia, ficando a mercê de espíritos trevosos que são os únicos dispostos a fazer algo do gênero. Deixe a vida correr normalmente, não se desespere para conseguir algo que não é seu de direito. Reflita sobre o quanto valem algumas semanas de falsa felicidade, comparadas a anos passados ao lado de alguém que já não significa nada para você.
Pois é exatamente isso o que acontece quando se tenta amarrar alguém, o máximo a se conseguir será a companhia, o amor nunca. Estando amarrada, a pessoa ficará eternamente ao seu lado, mesmo que no íntimo desespere-se com a situação.
Nesse ponto você passará a ocupar a vaga de ser mais odioso do planeta, na visão do amarrado. Ao mesmo tempo um novo amor que surja em sua vida – e que talvez seja o verdadeiro – estará totalmente fora de se alcance.
Será que vale a pena?
Gastar muito dinheiro, conseguir alguém por um curto período e ficar preso pelo resto da vida a alguém que afinal nem era o que se pensava?
Tomar contato com espíritos de confiabilidade baixa e temperamentos duvidosos?
Perder o grande amor que pode surgir quando já não puder voltar atrás?
Eu mesmo respondo. Não!
Fujam das madames, mães e pais encontrados em qualquer poste, mesmo que tenham passado pela Itália, França e Bahia (eles insistem nesses três) a não ser que faça questão de ignorar tudo que tentei explicar neste pequeno espaço.
E se mesmo lendo tudo isto preferir procurar um desses anunciantes, tudo bem, siga seu livre arbítrio.
Luiz Carlos Pereira
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