Pela quarta vez abordamos o tema Umbanda na revista Caminho Espiritual. Nesta edição nosso foco girou em torno da história do movimento umbandista, em especial, sobre os cultos que influenciaram a Umbanda em seus primórdios, como o Catimbó e a Macumba.
Falamos, também, de um assunto ligado a todas essas tradições e cultos: a magia. Claro que de forma introdutória, pois pretendemos dedicar, futuramente, uma edição inteira a este tema. Também faltou falarmos sobre o Candomblé, mas, é uma tradição tão ampla e complexa, e tão fundamental no desenvolvimento da Umbanda, que preferi deixar este estudo também para uma edição futura.
Os poucos conceitos teológicos de Umbanda que apresentamos nesta edição representam determinada escola ou raiz no movimento. Existem diferenças, é claro, em relação a outras linhagens na Umbanda. Todas merecem respeito e devem ser estudadas com imparcialidade pelo pesquisador sério de pensamento antidogmático.
Aproveitando, gostaria de falar agora um pouco aos médiuns...
Muitos médiuns que estão iniciando seu desenvolvimento na Umbanda podem se questionar quais são as atitudes que devem ter no dia de gira. A primeira atitude começa antes mesmo de o médium chegar no templo de Umbanda. Ao acordar, é muito importante elevar o pensamento a Deus, procurando harmonizar-se com a natureza – interna e externa.
Alguns têm o hábito de ler um trecho da Bíblia ou de outro livro que contenha ensinamentos espirituais; outros têm o hábito da meditação, de práticas bioenergéticas ou da prece; e há, ainda, aqueles que projetam mentalmente seus afazeres do dia de forma positiva. Enfim, o médium deve fazer o que achar necessário para despertar com harmonia. Obviamente que não adiantará nada ter todo este trabalho, se na primeira contrariedade do dia ele não manter este padrão emocional.
Com relação à alimentação, o médium não deve encher o estômago com alimentos pesados e gordurosos, optando por refeições mais leves, com bastante verduras e frutas. Se sentir necessidade de comer carne, caso for permitido pelo dirigente espiritual, o faça com moderação. Bebidas alcoólicas ou tóxicos, nem pensar!
Relações sexuais: Está é uma questão um tanto polêmica. Para mantermos o equilíbrio na vida, é necessário evitar os extremos e buscarmos o caminho do meio. Durante a prática sexual, o ser humano realiza a grande alquimia da vida, em uma troca de energia que, se praticada com um profundo sentimento de amor, pode levá-lo a verdadeiros estados de êxtase espiritual.
A energia sexual, poderosíssima, é responsável pela manutenção da vida. Em algumas tradições, como no tantra hindu, a prática sexual é considerada sagrada. Como vimos, não existe nada de errado com a energia sexual, porém, não aconselho o médium a ter relações sexuais no dia de gira. Convenhamos, que, quando fazemos sexo, somos envolvidos por nossos impulsos eróticos, alguns mais, outros menos sutis, e esse padrão emocional deixará nosso centro de força (chakra) sexual saturado de energias que não tem nada a ver com uma gira de caridade. Com certeza, o médium equilibrado saberá conter seus desejos até o momento adequado.
Com relação à higiene, o médium deve, sempre que possível, tomar seu banho antes da gira, não apenas por uma questão de limpeza, mas para que a água faça o devido descarrego de eventuais cargas energéticas mais pesadas que possam estar agregadas em sua aura. Para isso, podemos usar a força da vontade: imagine-se em uma cachoeira, sentindo a água pura limpando “a alma” de toda perturbação.
Ao chegar no templo, lembre-se de que você esta entrando em um local sagrado, onde espíritos benfeitores tiveram todo o cuidado ao preparar o ambiente espiritual. Portanto, deixe de lado suas preocupações e ansiedade. Agora, seu principal objetivo deve ser o de servir de instrumento aos guias espirituais. Além da atitude de respeito ao templo que te serve de abrigo, se você ainda não começou, comece a vibrar amor e serena alegria em seu coração.
Paz e luz e bom trabalho!
Leia na edição 20 da revista Caminho Espiritual:
Sacerdócio na Umbanda
Sabemos que ninguém faz do outro um sacerdote! Sacerdócio é missão dentro da religião!
Por Alexandre Cumino
O poder da magia
Podemos ampliar o conceito de magia, entendendo-a como toda transformação focada e realizada com a força da vontade
Por Bruno J. Gimenes
Magia Divina
Qualquer um pode se iniciar, desde que tenha fé em Deus e queira, aqui na Terra, tornar-se iniciado no mistério e aplicador deste mistério na vida de seus semelhantes, para ajudá-los
Por Rubens Saraceni
Kimbanda
Sua origem e cosmogonia. O papel dos exus e os desvios morais que ainda ocorrem em muitos médiuns
Por Diamantino Trindade
A missão das plantas
O ser humano, na busca do autoconhecimento e da reforma íntima, deve buscar as ferramentas que a natureza oferece para nossa harmonia
Por Géro Maita
Pedras e cristais
Apresentamos um pouco dos conceitos vigentes, na Umbanda, sobre a utilização destes elementos naturais na magia e no equilíbrio energético
Por Angélica Lisanty
O médium e sua roupa
A vestimenta que é usada em uma gira de Umbanda é sagrada. De uso
específico para rituais, cada médium deve usá-la com muito critério
Pelo Agrupamento de Umbanda Pedra Sagrada na Luz Brilhante
A cabaça na Umbanda
Sua origem, história e utilização ritualística na Umbanda
Por Géro Maita
Médium de Umbanda: Disciplina e dedicação
A cada caridade prestada, desinteressada, o médium vai galgando mais um degrau na escada iniciática
Por Templo de Fundamentos Umbandísticos Caboclo Ogum Beira-Mar
A divindade e a coroa divina
Entenda o conceito sobre a Consciência-Una, o Supremo Centro de Consciência Espiritual Virginal, de acordo com a Escola iniciática da Raiz de Guiné
Por Templo de Fundamentos Umbandísticos Caboclo Ogum Beira-Mar
Sincretismo e orixás
O sincretismo não se refere apenas à união das diferentes nações africanas. Também temos a associação que se faz entre os orixás e os santos católicos
Texto elaborado pelo Agrupamento de Umbanda Pedra Sagrada na Luz Brilhante
O Vodu
Assim como as diferentes religiões e/ou práticas espirituais, o Vodu, essencialmente, é um caminho iluminativo que atende a cultura e a psique do praticante
Por Hélio Carvalho de Nóbrega
A história da Umbanda resgatada por seus historiadores
Historiador é aquele que escreve a história segundo a sua ótica em função de documentos originais orais e escritos. História da Umbanda é para quem conhece a Umbanda!
Por diamantino Fernandes Trindade
A Cabula e a Macumba
Noções básicas das origens históricas destes rituais que fizeram parte da formação cultural
e religiosa do movimento umbandista
Por Diamantino F. Trindade
A Umbanda e seu desenvolvimento durante o Estado Novo
acreditamos que o caráter nacionalista atribuído à umbanda fazia parte de um conjunto de estratégias de legitimação que incluíam, também, a institucionalização da nova religião
Por José Henrique Motta de Oliveira
Tambor de Mina
Como as demais religiões de origem africana no brasil, o tambor de mina se caracteriza por ser religião iniciática e de transe ou possessão
Por Géro Maita
As origens do Catimbó
Originário do nordeste brasileiro, este culto à Jurema Sagrada tem sido, muitas vezes, associado às práticas de magia negra. Afinal, como ele surgiu e como ocorre seu ritual?
Pesquisa: Géro Maita
Exu: Poder e mistério
Apresentamos alguns conceitos, das raízes mitológicas ao popular, além dos mais esotéricos. Afinal... O que é exu?
Por Diamantino Fernandes Trindade
Culto a Omulu
Tatá Omulu, em seu polo positivo, é o curador divino e tanto cura alma ferida quanto nosso corpo doente
Por Géro Maita
As crianças: Mitologia
Os Ibejis são poderosos, mas o que eles gostam mesmo é de brincar!
Por Géro Maita
Conduta mediúnica
Algumas regras básicas, principalmente as de cunho moral, quando seguidas, são fundamentais para o desenvolvimento mediúnico
Templo de Fundamentos Umbandísticos Caboclo Ogum Beira-Mar
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Afonso Perez Alen