Deus é pop. Esta é a matéria de capa da revista Época Nº 578, desta semana, 15 de Junho de 2009. Traz ainda uma imagem bem jovem - Jesus estilizado à frente do que parece um muro pichado.
"Foi mais forte que eu" quando vi já estava lendo a matéria,
observado o perfil do jovem religioso e pensando a Umbanda neste contexto.
Na matéria são colocados os dados de uma pesquisa inédita do instituto alemão Bertelsmann Stifung, realizada em 21 países onde o jovem brasileiro se destaca como o terceiro mais religioso do mundo, após os nigerianos e guatemaltecos. 95% dos brasileiros entre 18 e 29 anos afirmam ser religiosos e 65% profundamente religiosos.
Os dados são interessantes, quando confrontados, pois do total de jovens pesquisados 66,2% são católicos, 18,8% são protestantes, 7,9% são religiosos, mas não seguem nenhuma religião, 4,0% são ateus, 1,4% são espíritas, 1,4% "outros" e 0,3% não sabem responder ou não opinam.
A pergunta que não quer calar é onde será que está a Umbanda neste contexto, será que somos uma parte dos "outros", diria que tecnicamente sim, mas não é o que penso, acredito que somos sim uma parte dos "outros" mais uma parte dos Espíritas; mais uma parte dos religiosos que não seguem nenhuma religião; mais uma parte dos católicos; mais uma parte dos protestantes; e até mais uma parte dos que não sabem e não opinam... enfim nunca sabemos direito quem somos nós. Vem aí, em 2010, o novo censo e com certeza continuaremos sem saber quantos somos, pois a maioria dos umbandistas e freqüentadores não assumem que são umbandistas.
Podemos ainda ir mais longe.
Lembre-se, são 62,2% de católicos e 18,8% de protestantes, mas quando a pergunta mudou para:
Você acredita em reencarnação?
As resposta foi que 67% tem crença alta (acreditam), 23% tem crença média (me parece que nem acredita nem desacredita), apenas 6% tem crença baixa (não acredita) e 4% não responderam.
Sabemos que protestantes e católicos não aceitam a reencarnação.
Quem são estes, afinal, que se dizem destas denominações e ao mesmo tempo crêem na reencarnação?
São católicos-espíritas, católicos-umbandistas, protestantes-esotéricos, protestantes-espíritas ou outras variações possíveis como "macumbeiro-evangélico" ou "candoblecista-cristão".
O Brasil é o país mais espírita do mundo, mais católico do mundo e claro, o mais umbandista do mundo, no entanto, é também o único lugar do mundo onde encontraremos "católicos não praticantes". Somos católicos porque um dia fomos batizados em uma Igreja Católica, que batiza para não ficar pagão, batiza para não ter doenças, batiza para não ter quebranto e batiza porque os avós fazem questão.
Lembre-se, são 62,2% de católicos e 18,8% de protestantes, mas quando a pergunta mudou para:
Você acredita em reencarnação?
As resposta foi que 67% tem crença alta (acreditam), 23% tem crença média (me parece que nem acredita nem desacredita), apenas 6% tem crença baixa (não acredita) e 4% não responderam.
Sabemos que protestantes e católicos não aceitam a reencarnação.
Quem são estes, afinal, que se dizem destas denominações e ao mesmo tempo crêem na reencarnação?
São católicos-espíritas, católicos-umbandistas, protestantes-esotéricos, protestantes-espíritas ou outras variações possíveis como "macumbeiro-evangélico" ou "candoblecista-cristão".
O Brasil é o país mais espírita do mundo, mais católico do mundo e claro, o mais umbandista do mundo, no entanto, é também o único lugar do mundo onde encontraremos "católicos não praticantes". Somos católicos porque um dia fomos batizados em uma Igreja Católica, que batiza para não ficar pagão, batiza para não ter doenças, batiza para não ter quebranto e batiza porque os avós fazem questão.
Existe uma brasilidade acima de qualquer credo, é como raça, boa parte dos brasileiros não sabe se é branco, negro, amarelo, vermelho, pardo, mulato, jambo, cafuso, mameluco, "café com leite" e outros, no final somos brasileiros e fugimos de rótulos. Bom para quem quer liberdade, complicado para quem quer estimativa, difícil para quem quer ser reconhecido, dificílimo para quem luta contra discriminação e intolerância. Afinal, "são tão poucos os umbandistas, que sua religião está mais para uma seita". Ledo engano. Somos muitos, somos muito mais que os quatrocentos mil computados no ultimo censo, somos no mínimo umas dez vezes este número, uns quatro milhões, por baixo.
A questão é cultural.
A umbanda não pede a conversão.
"Católicos" freqüentam Umbanda a vida inteira sem se converter, sem sentir-se umbandista.
Quem sabe deveríamos promover o batismo de consulentes, marcar umas duas datas ao ano para todos os consulentes que queiram se batizar e desta forma criar uma maior identificação.
Quanto ao batismo de médiuns, não precisamos falar, pois há terreiros que enfrentam dificuldades em entender o batismo, apesar de nos dias de hoje termos tanta informação disponível.
Não há mais desculpa!
Vamos estudar e de cabeça erguida assumir o orgulho de ser umbandista.
Afinal praticar e/ou freqüentar a Umbanda e não dizer-se umbandista é mais que um auto preconceito, é pura falta de conhecimento do que representa a Umbanda – uma religião que é universalista ao extremo e valoriza a individualidade de cada um, sem homogeneidades.
Além das questões acima, fica a questão principal, do ponto de vista da reportagem na revista Época,
o que pensa o jovem e quem está pronto para receber o jovem.
Do nosso ponto de vista, fica uma pergunta apenas e todas as suas implicações e questionamentos individuais e coletivos: A UMBANDA É POP?
Fonte: Jornal de Umbanda Sagrada - Junho de 2009
A questão é cultural.
A umbanda não pede a conversão.
"Católicos" freqüentam Umbanda a vida inteira sem se converter, sem sentir-se umbandista.
Quem sabe deveríamos promover o batismo de consulentes, marcar umas duas datas ao ano para todos os consulentes que queiram se batizar e desta forma criar uma maior identificação.
Quanto ao batismo de médiuns, não precisamos falar, pois há terreiros que enfrentam dificuldades em entender o batismo, apesar de nos dias de hoje termos tanta informação disponível.
Não há mais desculpa!
Vamos estudar e de cabeça erguida assumir o orgulho de ser umbandista.
Afinal praticar e/ou freqüentar a Umbanda e não dizer-se umbandista é mais que um auto preconceito, é pura falta de conhecimento do que representa a Umbanda – uma religião que é universalista ao extremo e valoriza a individualidade de cada um, sem homogeneidades.
Além das questões acima, fica a questão principal, do ponto de vista da reportagem na revista Época,
o que pensa o jovem e quem está pronto para receber o jovem.
Do nosso ponto de vista, fica uma pergunta apenas e todas as suas implicações e questionamentos individuais e coletivos: A UMBANDA É POP?
Fonte: Jornal de Umbanda Sagrada - Junho de 2009
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.