SABÃO DA COSTA – OSÉ DUDU
Não sei se todos os leitores conhecem este sabão, mas
como eu conheço há alguns anos e faço uso dele, gostaria de
deixar registrada sua história e seus benefícios.
O sabão da Costa é de origem da Costa do golfo da Guiné,
na África, sendo que lá seu nome é Osé Dudu. É usado em ―rituais‖
tanto na África como no Brasil nos Cultos Afro-Brasileiros, nos
banhos e também para lavar todo o material ritualístico como
quartinhas, ferramentas, joias... tirando assim toda e qualquer
energia deixada por quem manuseou anteriormente esses objetos.
O sabão tem por função a limpeza do corpo físico e da aura e especialmente de sua camada
mais próxima ao corpo físico, retirando larvas astrais e miasmas. Além de ser usado para o
descarrego, pois promove uma profunda limpeza corporal, atua também no combate a caspa,
cravos, espinhas, manchas escuras, coceiras e fungos do couro cabeludo, além de controlar o mau
cheiro produzido pelo suor.
Utilizado antes de dormir, seu banho propicia uma limpeza profunda, descarregando os maus
fluídos adquiridos durante o dia, obtendo assim um sono tranquilo.
Seguindo a ritualística de alguns Axés, o banho é feito da seguinte forma: desde os ombros
até os pés, sem tocar na cabeça, só se utiliza para lavar a cabeça com sabão da Costa juntamente
com sabão de côco, quando desejamos aliviar a ―mão‖ de alguém, que por ventura tenha colocado a
mão na cabeça de uma pessoa. Quando terminar o banho, largar água com açúcar nos quatros
cantos do box, para assim evitar larvas negativas as outras pessoas.
É um sabão sólido, de cor pardo-escura tendendo ao preto e o
perfume amadeirado, feito com ervas medicinais. Sua composição
original é secreta, mas muitos Axés, preparam seu próprio sabão da
costa utilizando base de glicerina, água e juntas algumas das seguintes
ervas: nó de pinho, óleo de côco, benjoim, juá, macassá, levante, tapete
de Oxalá, manjericão, saião, capeba, alfazema, alecrim, peregun,
pitanga, colônia, rosa branca, aroeira, já alguns Terreiros de Umbanda
utilizam na composição aroeira, arruda, guiné, espada de São Jorge.
Relatos indicam que seu uso vem desde a época de 1620 ,
quando já era importado para o Brasil, pois era o preferido dos escravos
e libertos. Ele era oriundo de uma área entre Gana e Camarões, e
principalmente da Nigéria, da República do Benim e do Togo.
A palavra SABONETE é incorporada ao português somente na virada para o século 19
quando no Brasil ―tudo‖ era ―francês‖ e o sabonete dos franceses é aportuguesado. O Sabão da
Costa mantém o nome sabão por uma questão de tradição.
Axé á todos!
Fonte:www.jornaldaumbanda.com