Muitas pessoas me perguntam em cursos e grupos de estudos sobre a abertura de terreiros, sobre o que fazer para para se tornar Pai ou Mãe e até mesmo se é possível incorporar os Guias Espirituais para fazer sessões de atendimento em suas próprias residências. Aproveito essa “curiosidade” geral das pessoas e o assunto constante para trazer a conscientização e até mostrar a responsabilidade do que é abrir um Terreiro de Umbanda.
Muitas pessoas acreditam que o Guia Espiritual tem o dever de tudo saber e tudo fazer, ficando o médium isento de responsabilidades e cuidado. Pura Ignorância! É claro que os Guias tudo sabem e nós temos muito que aprender comeles. Sabem de nossos erros, de nossas preguiças, de nossa vaidade e de nosso egoísmo, sabem que muitas vezes, médiuns sustentados por esses sentimentos viciados simplesmente “decidem” abrir sua casa desconhecendo a seriedade e as suas próprias responsabilidades diante deste ato. Abrir um Centro não é só incorporar e colocar tudo na mão do Guia Espiritual. Existem obrigações, assentamentos e firmezas, fundamentos estes que devem ser cumpridos pelo médium e não pelo Guia. Afinal um Centro Espírita é o local identificado por todo o plano espiritual como sendo um ponto de troca, de recarga, de cura e de encaminhamento. E esse local não funciona somente no dia e hora da gira, mas sim continuamente como um Centro de Reabilitação entre o embaixo e o alto. É como se encontrássemos em um mesmo local o delegado e seus policiais; o juiz e seus promotores; o médico e sua equipe; o professor e seus estagiários, encaminhando cada espírito, 24 horas por dia todos os dias.
Diante de toda essa grandeza o local deve ter sua proteção com campos de irradiações específicas e pontos de descargas energéticas para que nada fique acumulado no ambiente e nas pessoas. Preparações essas que devem ser realizadas com conhecimento e não com achismos. Também não encontramos esses ensinamentos na internet ou nos livros, mas na nossa ancestralidade, no conhecimento de Pais e Mães Espirituais, verdadeiros zeladores de Orixás (aqueles que cuidam, conhecem e zelam pelo Orixá).
Infelizmente vemos hoje pessoas trabalhando em suas casas ou em seus escritórios terapêuticos sem nem mesmo saber diferenciar um assentamento de uma firmeza, não sabendo nem realizar uma obrigação ou simplesmente não sabendo diferenciar ou até preparar um banho de fixação, de proteção, de energização ou de descarrego sobrecarregando a casa, o escritório, o médium e toda a família. Médiuns não preparados vão criando um Centro de ações nocivas e com o passar do tempo o próprio médium culpa, julga e menospreza a Umbanda e os Guias Espirituais, esquecendo que a sua ignorância e a sua vaidade foram as causadoras do negativismo em sua vida. Pura Irresponsabilidade! Não é o médium quem decide a abertura de um Centro, mas o Guia Espiritual e essa determinação
vem do Alto. Afinal, só nos é permitida a evolução quando nos tornamos capacitados e responsáveis pelos nossos atos.
Muito Axé a todos e um ótimo final de semana!
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