HISTÓRIA DA UMBANDA
“…Se queres um nome que seja este:
Caboclo das Sete Encruzilhadas
pois para mim não haverá caminhos fechados…”
Caboclo das Sete Encruzilhadas
pois para mim não haverá caminhos fechados…”
Contar a história da UMBANDA é quase contar a história do Brasil, pois, assim como o povo brasileiro, ela integra em suas “veias” as VÁRIAS ETNIAS, as mesmas que construíram nossa cultura.
Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá
com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer,
será chamado Filho de Deus. (Lucas 1:35)
com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer,
será chamado Filho de Deus. (Lucas 1:35)
Segundo José Henrique Motta de Oliveira Mestre em História Comparada – UFRJ/ PPGHC em seu artigo “Eis que o caboclo veio à Terra “anunciar” a Umbanda”
Mas de onde vem a Umbanda? Acredita-se que o vocábulo “umbanda” designasse,
entre os africanos, sacerdote que trabalha para a cura. Na macumba, o vocábulo “embanda”ou “umbanda” também designava o chefe do terreiro ou, simplesmente, sacerdote.
entre os africanos, sacerdote que trabalha para a cura. Na macumba, o vocábulo “embanda”ou “umbanda” também designava o chefe do terreiro ou, simplesmente, sacerdote.
Nunca uma modalidade religiosa. O umbandista Matta e Silva relata no livro Umbanda e o Poder da mediunidade que o vocábulo “umbanda”, como bandeira religiosa, não aparece antes de 1904 (MATTA E SILVA, 1987, p. 13). Entretanto, no depoimento deste mesmo autor, encontra-se o registro de que, em 1935, conhecera um médium com 61 anos de idade, de nome de Nicanor, que praticava a Umbanda desde os 16 anos, ou seja, desde 1890, incorporando o Caboclo Cobra Coral.
Nos QUILOMBOS muitos índios se juntaram aosAFRICANOS para se protegerem da dominação do “homem branco”. Novamente mais um elemento se une a esta cultura em formação, pois a RELIGIOSIDADE AFRICANA é manifestada noCULTO À NATUREZA, o que não difere muito daRELIGIOSIDADE INDÍGENA. Além disso, o ÍNDIO conhece o território, bem como sua flora e fauna, sendo grande conhecedor da medicina natural. Tudo favoreceu mais um SINCRETISMO, porque o AFRICANO PRECISAVA CULTUAR A NATUREZA LOCAL COM ELEMENTOS LOCAIS que foram integrados através do índio. Agora SURGE UM CULTO À NATUREZABRASILEIRA com rituais africanos. Já temos, então, as TRÊS RAÍZES ÉTNICAS do nosso povo integradas.
Outro autor umbandista, Diamantino Trindade,reproduziu no livro Umbanda e Sua História parte de uma entrevista do jornalista Leal de Souza – publicada no Jornal de Umbanda, em Outubro de 1952 – na qual afirmava que o “precursor da Linha Branca fora o Caboclo Curuguçu que trabalhou até o advento do Caboclo das Sete Encruzilhadas” (TRINDADE, 1991, p. 56). O vocábulo “umbanda” vai ganhar status de religião quando o Caboclo das Sete Encruzilhadas manifestado no médium Zélio de Moraes, no dia 15 de novembro de 1908, “anuncia” o início de uma nova prática religiosa.
Este evento representa, hoje, para o Movimento Umbandista o marco fundador da religião, um divisor de águas entre a macumba – que era compreendida na época como “baixo-espiritismo” cuja prática nem sempre estava direcionada para fins elevados – e o “Espiritismo de Umbanda”, voltado para a prática do amor ao próximo
Misto de lenda e de realidade, a “anunciação” da Umbanda sofre algumas variações de narrador para narrador, mas a estrutura básica se mantém inalterada. Zélio de Moraes, aos 17 anos, começou apresentar alguns distúrbios os quais a família acreditou que fossem de ordem mental e encaminhou o rapaz para um hospital psiquiátrico. Dias depois, não encontrando os seus sintomas em nenhuma literatura médica, foi sugerida à família que lhe encaminhasse a um padre para um ritual de exorcismo. O padre, por sua vez, não conseguiu nenhum resultado.
Tempos depois Zélio foi levado a uma benzedeira conhecida na região onde morava que lhe diagnosticou o dom da mediunidade e lhe recomendou que “trabalhasse” para a caridade.
Por sugestão de um amigo de seu pai, Zélio foi levado a Federação Espírita de Niterói,no dia 15 de novembro de 1908. Ao chegar à Federação foi convidado pelo dirigente daquela instituição a participar da sessão. Logo em seguida, contrariando as normas do culto, Zélio levantou-se dizendo que ali faltava uma flor. Foi até um jardim apanhou uma rosa branca e colocou-a no centro da mesa. A atitude do rapaz provocou uma estranha confusão no local: ele incorporou um espírito e simultaneamente diversos médiuns apresentaram incorporações de caboclos e preto-velhos. Advertido pelo dirigente do trabalho, a entidade incorporada no rapaz perguntou por que era proibida a presença daqueles espíritos.
Outro médium, que tinha o dom da vidência, quis saber da entidade o porquê dela falar daquele modopois via que era um padre jesuíta e lhe perguntou o nome.
A resposta foi:
(…) se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã
estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em que estes pretos e índios
poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes
confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que
deve existir entre todos os irmãos encarnados e desencarnados. E se querem saber
meu nome que seja Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos
fechados para mim. (GUIMARÃES e GARCIA, 2002, não paginado)
O dia seguinte, no bairro de Neves – município de São Gonçalo, região metropolitana Espírita,parentes, amigos, vizinhos e do lado de fora uma multidão de desconhecidos.
Às 20 horas, o caboclo se manifestou no corpo de Zélio de Moraes e disse que naquele momento iniciava-se um novo culto, no qual os espíritos de africanos e de índios poderiam trabalhar em benefício de seus irmãos encarnados e disse, também, que a nova religião se chamaria Umbanda. O grupo fundado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas recebeu o nome de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, porque “assim como Maria acolhe em seus braços o Filho, a Tenda acolheria aos que a ela recorrerem nas horas de aflição” (TRINDADE, 1991, p. 62)
15 de novembro de 1908 – Zélio de Moraes, então com dezessete anos, mediunizado com uma entidade que deu o nome de Caboclo das Sete Encruzilhadas, funda, em Neves, subúrbio de Niterói, o primeiro terreiro de Umbanda. Usa pelo primeira vez o vocábulo Umbanda, e define o movimento religioso como: “Uma manifestação do espírito para a caridade”.
Novembro de 1918 – O Caboclo das Sete Encruzilhadas dá início à fundação de sete Tendas de Umbanda. Todas as Tendas foram fundadas no Rio de Janeiro.
Ano de 1920 – A Umbanda espalha-se pelos Estados de São Paulo, Pará e Minas Gerais. Em 1926 chega ao Rio Grande do Sul e em 1932 em Porto Alegre.
O advento do Caboclo Mirim – Em 1924, manifestou-se no Rio de Janeiro, em um jovem médium, Benjamim Figueiredo, uma entidade, Caboclo Mirim, que vinha com a finalidade de criar um novo núcleo de crescimento para a Umbanda. Assim, toda a família do médium foi chamada a participar. Eram ao todo 12 pessoas que deram início ao que foi chamada a Seara de Mirim. Após 18 anos, em 1942, foi fundada a Tenda Mirim, à rua Sotero dos Reis, 101, Praça da Bandeira; mudou – se, posteriormente, para a rua São Pedro e depois para a Rua Ceará, hoje Avenida Marechal Rondon, 597. Também desta Tenda saíram vários médiuns que se responsabilizaram pela criação de Tendas de Umbanda ao longo de todo território nacional. A primeira casa dela descendente foi criada, em 30/06/51, como filial, em Queimados, Nova Iguaçu, à rua Alegre, s/n. Depois desta, novas casas foram abertas em Austin, Realengo, Colégio, Jacarepaguá, Itaboraí e Petrópolis. A primeira casa, descendente do Caboclo Mirim, aberta fora do Rio de Janeiro foi a de Assaí, no Paraná. Até 1970, já tinham sido abertas 32 casas.
Ano de 1939 – Os Templos fundados pelo Caboclo das Sete encruzilhadas reuniram-se, criando a federação Espírita de Umbanda do Brasil, posteriormente denominada União Espiritualista de Umbanda do Brasil, incorporando dezenas de outros terreiros fundados por inspiração de “entidades” de Umbanda que trabalhavam ativamente no astral sob a orientação do fundador da Umbanda.
Outubro de 1941 – Reúne-se o Primeiro Congresso de Espiritismo de Umbanda. Outros Congressos havido posteriormente retiraram acertadamente o nome Espiritismo que, de fato, pertence aos espíritas brasileiros, os quais seguem a respeitável doutrina codificada por Alan Kardec. Em suma, o Espírita pratica o Espiritismo; na Umbanda pratica-se o Umbandismo.
Neste Congresso foi apresentada tese pela Tenda S. Jerônimo, propondo a descriminalização da prática dos rituais de Umbanda. O autor, Dr. Jayme Madruga, a par de um minucioso estudo de todas as constituições já colocadas em vigência no Brasil, busca também em projetos como o da Constituição Farroupilha e nos códigos penais até então vigentes e no que haveria de vigorar após 01 de janeiro de 1942, os argumentos mostrando que o caminho da Umbanda começava a ser aberto e que caberia aos Umbandistas buscar acelerar o processo com declarações e resoluções partindo daquele congresso, em prol da descriminalização da prática da Umbanda. Em 1944, vários umbandistas ilustres, entre eles vários militares, políticos, intelectuais e jornalistas, apresentam ao então Presidente Getúlio Vargas um documento intitulado “O Culto da Umbanda em Face da Lei” e consegue daquela autoridade a descriminalização da Umbanda. Este fato, que foi extremamente positivo, trouxe como subproduto uma perda de identidade muito grande Por parte de nossa religião, uma vez que todos terreiros, das mais variadas seitas, incluíram em seus nomes a palavra Umbanda como forma de fugir à repressão policial. Como nossa religião, nessa época, não tinha um rito claramente definido e nem a formação de sacerdotes, o que gera uma hierarquia, a Umbanda ficou à mercê dessa deturpação; outro fato que fortaleceu essa descaracterização foi que, sendo um período de crescimento, não se buscava a qualidade dos Terreiros que se filiavam à Federação, ou à União que lhe sucedeu, e, finalmente, ao CONDU.
Foi criado em 12 de setembro de 1971, na cidade do Rio de Janeiro, o Conselho Nacional Deliberativo de Umbanda – CONDU, que congrega as Federações de Umbanda existentes ao longo do país, atualmente, contando com mais de 46 Federações, de norte a sul do país, reunindo representantes de mais de 40.000 Terreiros de Umbanda. “
Em 1972, em mensagem psicografada por Omolubá, enviada pelo poeta Ângelo de Lys, confirma-se a origem da Umbanda no Brasil, através do médium Zélio de Moraes.
Em 1977, o CONDU reconhece, publicamente, como verdadeira a origem da Umbanda no Brasil.
Novembro de 1978 – Surge o livro “Fundamentos de Umbanda, Revelação Religiosa”, de Israel Cisneiros e Omolubá, que vem colocar nos seus devidos lugares a questão da origem da Umbanda. – portador de mensagens do astral, trazendo, por fim, após 70 anos de existência da Umbanda, as bases teológicas e norteadoras da doutrina umbandista, com fundamentos integrais da nova religião e sua verdadeira origem. O livro expõe a estrutura básica do movimento religioso, no sentido de elevar a Umbanda à justa posição de RELIGIÃO eminentemente brasileira.
Neste momento, que podemos definir como sendo o início desse novo período; assume-se a Umbanda como religião brasileira e através desse livro começa o primeiro movimento consistente para dar a ela uma base teológica. Após este primeiro livro, seguir-se-ão outros, de Omolubá, em especial os “Cadernos de Umbanda”, que incontestavelmente dão continuidade ao movimento de consolidação do ritual de Umbanda e, mais ainda, a criação de uma hierarquia, baseada na formação sacerdotal, fundamental para a manutenção das bases ritualísticas e conceituais apresentadas na primeira obra: Fundamentos de Umbanda.
Decorridos setenta anos de existência da Umbanda no Brasil, compreendidos entre 1908 / 1978, passou este curto espaço de tempo, porém significativo, a ser conhecido entre os estudiosos da causa como Período – Propagação da única e genuína força de credo, nascido neste século, em terras brasileiras.
Certamente que Zélio de Moraes, famoso médium já desencarnado, não iria supor que passadas menos de seis décadas, aquela crença, nascida no modesto bairro de Neves, fosse classificada, entre as religiões existentes, como a segunda do país, comportando mais de vinte milhões de seguidores, num crescendo espantoso de fiéis, apesar das perseguições policiais a que foi submetida, das intrigas da religião majoritária, além do completo descaso de todos os governos até a data atual, mesmo tratando-se de uma preferência natural, espontânea, de mais de um sexto da população. Hoje, o movimento mágico e religioso da Umbanda estende-se por todo o Brasil, professado como pobreza e humildade, sem proselitismo, sem explorações na magra bolsa do povo, sem dízimo compulsórios, mistérios mistificantes e regular envio a “royalties da fé” para o exterior.
Embora a Umbanda se apresente, muitas vezes, uma tanto desfigurada, com nuanças religiosas, reconhecemos que isso decorre desse período-propagação, no afã de conquistar almas, ainda que respeitando ambientes regionais. E nunca deixou, através das verdadeiras guias, de oferecer amparo prático, ajuda, orientação e, sobretudo, de inspirar o desejo de reascendimento dos corações que dela se socorrem, apontando sempre a eterna chama da esperança de dias melhores, calcados, naturalmente, na ação correta de cada instante, na cordura, no companheirismo e na fraternidade.
Os mentores da Umbanda, sediados na Aruanda (cidade localizada no plano astral), já determinaram sabiamente o procedimento normativo, religioso para os setenta anos vindouros, 1979/2049, como sendo o período de Afirmação Doutrinária. Obviamente, a doutrina de Umbanda ficará como ponto essencial para a estabilidade e perpetuação desse movimento, na forma digna, ensejada pelo estudo constante, a par do esforço sincero de cada devoto, no sentido de conduzir a Umbanda, no plano físico, a um merecido status de religião organizada, a serviço da comunidade religiosa nacional.
No imenso campo místico da nossa Terra, onde proliferam, abundantemente, conceituações religiosas diversas, algumas das quais exóticas, cheias de superstições, interpretações confusas e duvidosas, mercantilismo, fanatismo, mistificações, “curas divinas” e desonesto profissionalismo pastoral, a Umbanda, sobranceira, erguerá seu edifício religioso, tendo como obreiros da primeira e da undécima hora, devotos excepcionais, médiuns sinceros, babalorixás e ialorixás honestos que, há muito, já assumiram posição na hierarquia de responsabilidade e trabalho, cônscios de que a quantidade será relegada a segundo plano, em proveito da qualidade, e convictos de que, em matéria doutrinária, não pode nem deve haver transigências oportunistas, confirmando-se, desse modo, que “Umbanda é coisa séria para gente séria”.
Umbanda, sendo a única religião criada no Brasil, não pode ser dividida. Quem tiver esta pretensão cairá no ridículo. A nossa religião deve ser tratada com todo carinho, amor, serenidade e estudo, sobretudo com a renovação de caráter dos que a professam para que a mesma possa espelhar a grandeza de sua doutrina.
A Umbanda se sente desmerecida com o tratamento que lhe dispensam boa parte de terreiros onde se vê:
• mais animismo do que mediunísmo;
• mais interesses cúpidos do que magias;
• mais deslealdades do que autenticidades;
• mais personalismo do que espiritismo.
• mais interesses cúpidos do que magias;
• mais deslealdades do que autenticidades;
• mais personalismo do que espiritismo.
O sacrifício de animais (oferenda de sangue) nunca foi, não é e nem será ritual de Umbanda.
• Não cobrar,
• não matar,
• usar o branco,
• evangelizar
• e utilizar as forças da natureza são rituais de Umbanda.
• não matar,
• usar o branco,
• evangelizar
• e utilizar as forças da natureza são rituais de Umbanda.
Portanto, podemos afirmar que a Umbanda é produto da evolução espiritual ou religiosa.
Suas origens estão contidas nas filosofias orientais, fonte inicial de todos os cultos do mundo civilizado, que implantada em nossa terra, reuniu-se as práticas dos conceitos e crenças do índio, branco e negro.
Suas origens estão contidas nas filosofias orientais, fonte inicial de todos os cultos do mundo civilizado, que implantada em nossa terra, reuniu-se as práticas dos conceitos e crenças do índio, branco e negro.
Cavalcante Bandeira reporta-se aos mestres do idioma africano, citando o vocábulo umbanda como:
• “Arte de curar”,
• “Magia”,
• “Faculdade de curar por meio da medicina natural ou sobrenatural”;
• ou ainda “Os sortilégios que, segundo se presume, estabelecem e determinam a ligação entre os espíritos e o mundo físico”.
• “Magia”,
• “Faculdade de curar por meio da medicina natural ou sobrenatural”;
• ou ainda “Os sortilégios que, segundo se presume, estabelecem e determinam a ligação entre os espíritos e o mundo físico”.
O vocábulo “Umbanda” só pode ser identificado dentro das qualificadas línguas mortas.
Todavia, entre os angolenses existe o termo “Quimbanda”, que significa “sacerdote, invocador de espíritos”, firmado no radical mbanda , conservado através de milênios, legado de tradição oral da raça africana, o qual é uma corruptela do original u-banda ou aum-bandhã.
Todavia, entre os angolenses existe o termo “Quimbanda”, que significa “sacerdote, invocador de espíritos”, firmado no radical mbanda , conservado através de milênios, legado de tradição oral da raça africana, o qual é uma corruptela do original u-banda ou aum-bandhã.
“Toda essa complexa Mistura, que o leigo chama de macumba, baixo espiritismo, magia negra, envolvendo práticas fetichistas e barulhentas… era a situação existente, quando surgiu um vigoroso movimento de luz, ordenado pelo astral superior, feito pelos espíritos que se apresentavam como Caboclos, Pretos Velhos e Crianças. Surgiram práticas as mais confusas e desordenadas, envolvendo oferendas com sacrifício de animais, sangue, etc., e por isso tudo fez-se imprescindível um novo movimento dentro desses cultos ou de sua massa de adeptos, feito pelos espíritos carminantes afins a essa massa e pelos que, dentro de afinidades mais elevadas, se aplicam no amor e na renúncia em prol da evolução de seus semelhantes, o qual foi lançado através da mediunidade de uns e outros pelos Caboclos e Pretos Velhos, com o nome de Umbanda. O termo umbanda que eles implantaram no meio para servir de bandeira a essa poderosa corrente (ensinaram que) é um termo litúrgico, sagrado, vibrado, que significa, num sentido mais profundo, o conjunto das leis de Deus”.
” Esta magnífica obra de Wilson T. Rivas (Mestre Ytaçuan), discípulo do já lendário Grande Mestre W. W. da Matta e Silva, traz as sapientíssimas mensagens do mentor espiritual que é conhecida na umbanda como Caboclo Sr. 7 Flechas. Através da psicografia, Mestre Ytaçuan nos oferece sutilíssimas gotas da ancestral sabedoria da umbanda, traduzidas em mensagens de profundo conteúdo que servirão ao leitor como alento nas horas difíceis ou de reflexão. Estas gotas transformam-se em profundo e vasto oceano de conhecimentos, onde se escondem, entre outros tesouros, os mistérios da simplicidade, da humildade e da pureza. “
A Umbanda é um “movimento mágico religioso“, genuinamente brasileiro, e a sua finalidade primordial como religião é a de despertar anseios de espiritualidade na criatura humana. Para que esse despertamento se faça, torna-se necessário um permanente estado de religiosidade, onde toda vivência é baseada na compreensão e plena sensibilidade (não sentimentalismo), para com tudo e todos que nos cercam e compõem a humanidade.
A Umbanda é uma doutrina espiritualista como o Espiritismo, o Catolicismo, o Esoterismo, etc… o que não impede de haver entre elas diferenças essenciais que lhe dão características próprias. É resultante natural da fusão espiritual das raças branca, índia e negra.
Sua lei principal é resumida numa só palavra: CARIDADE – no sentido do amor fraterno em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social, não podendo haver ambicioso, vaidoso, mistificadores, pois estes, mais cedo ou mais tarde, são afastados da Umbanda pelos espíritos de luz.
Em 1935 estavam fundados os sete templos idealizados pelo caboclo das Sete Encruzilhadas, coroando de êxito o que nos parece ter sido um dos movimentos, entre outros semelhantes e não registrados, mais importantes da criação daUmbanda no Brasil.
Zélio desencarnou em outubro de 1975, aos 84 anos de idade. De seu trabalho resultou a Umbanda de hoje, que abrange cerca de 30 milhões de adeptos, segundo estimativas apresentadas no 2º Festival Mundial de Artes Negras, realizado em Lagos, na Nigéria, pelo professor René Ribeiro, da Universidade Federal de Pernambuco, que demonstrou que a Umbanda era a religião que mais crescia no Brasil. O professor Ribeiro baseou-se em dados do IBGE.
Escute as lembranças do início da Umbanda contada pelo próprio Zélio de Moraes
Neste site estamos difundindo a história da Umbanda em sua raiz. E ela está, sem nenhuma dúvida, desde sua fundação, calcada no nome de Zélio de Moraes. Muitas pesquisas foram feitas e todas convergem para uma só: a Umbanda é brasileira, e nela está implantada a sabedoria mística do índio brasileiro e do negro africano.
Quem conta?
O próprio Zélio de Moraes, com sua voz e sua lembrança.
O próprio Zélio de Moraes, com sua voz e sua lembrança.
Como conseguimos?
O Marcírio, ogam da Tenda N.S. da Piedade, a primeira no Brasil e que era dirigida pelo Zélio de Moraes, nos fez chegar uma fita gravada pela sra. Lilian Ribeiro, presidente da TULEF – Tenda de Umbanda Luz, Esperança, Fraternidade, e gentilmente cedida pela sra. Zilméia de Moraes da Cunha, que junto com sua irmã Zélia de Moraes Lacerda, recentemente desencarnada, continuaram a obra de seu pai.
Às queridas irmãs Zélia e Zilméia, e D. Lilian de Ribeiro, a Umbanda lhes agradece esta oportunidade e a permissão da divulgação deste fita no site do Terreiro Pai Maneco localizado em Curitiba/PR.
O Marcírio, ogam da Tenda N.S. da Piedade, a primeira no Brasil e que era dirigida pelo Zélio de Moraes, nos fez chegar uma fita gravada pela sra. Lilian Ribeiro, presidente da TULEF – Tenda de Umbanda Luz, Esperança, Fraternidade, e gentilmente cedida pela sra. Zilméia de Moraes da Cunha, que junto com sua irmã Zélia de Moraes Lacerda, recentemente desencarnada, continuaram a obra de seu pai.
Às queridas irmãs Zélia e Zilméia, e D. Lilian de Ribeiro, a Umbanda lhes agradece esta oportunidade e a permissão da divulgação deste fita no site do Terreiro Pai Maneco localizado em Curitiba/PR.
Paz Amor e Harmonia
Emidio de Ogum
http://espadadeogum.blogspot.com
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