PorAlexandre
Cumino
(O texto abaixo compõe o
material de leitura do cursoon-line "História da Umbanda"
desenvolvido e ministrado porAlexandre Cumino através da plataforma Umbanda
EAD, maisinformações abaixo)
Como
Origem Espiritual, ressaltamos a certeza dos umbandistas de que sua religião foi
organizada no astralpelos Caboclos e Pretos velhos, para depois ser implantada
no Brasil.
Leal
de Souza conta que o Caboclo das Sete Encruzilhadas estava “no espaço, no ponto
deintersecção de sete caminhos, chorando sem saber o rumo atomar; quando lhe
apareceu, na sua inefável doçura, Jesus,que, mostrando-lhe, em uma região da
Terra, as tragédias dador e os dramas da paixão humana, indicou-lhe o caminho
aseguir...”, dessa forma assumiu a missão de trazer a Umbandaao Brasil.43
Paulo de Deus apresenta uma“lenda”
interessante, que revela uma origem espiritual para aUmbanda, como vemos
abaixo:
Umbanda!
(Homenagem ao CabocloTubiá da Cobra Coral)
O
Verbo Divino rompe as densas trevas queenvolvem o planeta, en- chendo de luz o
Orbe em fulgurantescintilações.
Umbanda!...
Umbanda!...Umbanda!...
O
eco altissonante estruge, repercute portoda parte, se multiplicando, levando
aos mais longínquosrincões da terra a palavra de ordem, a pa- lavra de fé,
abandeira de amor, de caridade, de fraternidade!
Umbanda!
Às
ordens de Oxalá convocam-seas entidades representativas da Nova Lei (Lei dos
Santos), de combate aomal em todas as suas formas.
O
movimento estupendo, sem precedente, deespiritualidade, se inicia com a
convocação dos Arcanjos:Miguel, Gabriel, Rafael e Ismael.
Alistam-se,
espontaneamente, legiõesde espíritos das mais distantes plagas que se congregam
em umúnico desejo de servir, de trabalhar em prol dahumanidade!
São
os pretos e as pretas, nativos daÁfrica, e o povo do lendário Oriente!
Os
espíritos que reinam nas selvas,nos mares, nos rios e nas cachoeiras!
Espíritos,
enfim, das mais diferenteshierarquias acorrem, recebem uma senda e um título
para ascaracterísticas de trabalho que os distinguirão[...].
Urgia,
pois, a existência na Terra, deuma lei em contraposição aos princípios regidos
pelaMagia Negra e que a ela se opusesse de maneira firme, categórica
econcludente.
Daí
a Umbanda, Magia Branca, MensagemDivina baixada à Terra, consolo dos pobres,
dos humildes e dosaflitos. Dos sequiosos de justiça. Umbanda! Porto seguro das
almasdesarvoradas, náufragas do de- sespero!
Umbanda
eu te saúdo! Saúdo oteu povo, as tuas falanges, os teus Orixás!
Rubens
Saraceni apresenta em váriasde suas obras essa origem espiritual da Umbanda,
tanto em obrasdoutrinárias quanto nos romances mediúnicos. Cito abaixotrês
passagens dos livros Guardião da meia-noite, UmbandaSagrada e Os
arquétipos da Umbanda,respectivamente:
No
começo do século XX, surgiuum grande movimento religioso no astral e os orixás
se derramarampor todos os lugares.
Era
a árvore africana dando seusfrutos. Milhares de espíritos de negros
reencarnavam em corposbrancos e traziam no subconsciente a última
encarnaçãoregida pelos orixás do panteão africano.
Tudo
isso eu aceitava. Conhecia eaceitava.
Todas
as sete linhas de lei foram postas emação. Tanto à esquerda como à
direita,moviam-se de uma forma incontrolável.
O
dom da mediunidade explodia em todos oslugares e surgia em meios até então
inimagináveis, etudo o que era tabu começou a cair. Surgiram pequenos centros
emvários lugares, todos amparados pelas sete linhas de lei, ou seja,pelos
orixás maiores.
Todas
as linhas de força das Trevasforam requisitadas pelos seus maiorais, inclusive
a minha. Tudo quetínhamos feito até então havia sido apenas umapreparação para
o movimento das linhas de lei.
Tudo
havia sido orientado pelosorixás maiores e estava sendo posto em execução
pelosmenores. A nossa linha, a sétima tanto à direita comoà esquerda, saiu em
campo. A minha, em particular, era poderosa, eeu saí na frente de muitos outros
guardiões.
A
lei do carma abriu as portas para oreajuste de milhões de almas e isto era do
conhecimento dosguardiões dos pontos de força das Trevas.
Minha
legião foi se fracionando emsete, vinte e um, quarenta e nove ou setenta e sete
Exus, que acompanhariamos futuros mediadores entre os dois planos, através do
dom dooráculo.
Era
o nascimento do ritual da Umbanda noBrasil, um movimento mís- tico, comandado
pelos vinte e umguardiões dos mistérios maiores.
Ninguém
pôde contê-lo,nem a lei dos homens nem os homens dos outros rituais.
Sua
expansão assustava a todos, masera subterrânea. Não tinha estrelas visíveis,
poisabsorvia a muitos de todos os níveis e isto não podia sercoordenado.
Os
orixás se derramavam para trazerum pouco de luz em meio a tanta ignorância a
respeito dosmistérios sagrados. Era a volta triunfal da Lei Maior sobre a
leidas igrejas que se tornavam materialistas.
A
Umbanda lançava sua rede em um marrevolto por espíritos que não se encontravam
com o cultoestabelecido. Eram espíritos de antigos iniciados, demísticos e
adeptos do culto africano.
O
ritual estabelecido já nãotinha respostas para tantos ao mesmo tem- po, e estas
só eram dadasnos pequenos terreiros ou tendas [...].
Todas
as religiões sãocriações de Deus. Não existe uma religião ouritual religioso
que seja criado fora da ordenação divina.Sempre que se faz necessário, Deus
cria as condiçõespara que elas surjam na face da Terra. Como uma gestação e
umparto, exigem coragem e estoicismo. Como uma mãe que sofre paratrazer um
espírito à carne, e que, por isso, éabençoada, os fundadores de uma religião
tambémtêm que ser fortes e pacientes. Suportam tudo por um objetivo divino;não
se inco- modam com o preço a ser pago. Simplesmenteexecutam a sua missão com
amor e dedicação a Deus[...].
O
Ritual de Umbanda é umareligião aberta a todos os espíritos, tanto encarnados
quantodesencarnados. Para ela afluem milhões de espíritos de todo oplaneta,
oriundos das mais diversas religiões e rituaismísticos, mesmo de religiões já
extintas, tais como acaldeia, a sumeriana, a persa, a grega, as religiões
europeias,caucasianas e asiáticas.
Eles
formam o Grande CírculoMístico do Grande Oriente. São espíri- tos quenão
encarnam mais, mas que querem auxiliar aos encarnados edesencarnados em sua
evolução rumo ao Divino. Atitude maisque louvável, e que indica que eles já se
integraram ao seusdons ancestrais místicos.
O
Ritual Africano entrou com as linhas deforça atuantes no Cosmos, e os
ameríndios, tais como osíndios brasileiros, os incas, astecas e maias, os
norte-americanos,entraram por terem sido extintos, ou por estarem em fase
deextinção pelo Cristianismo, e não querem deixar osaber acumulado nos milênios
em que viveram em contato com anatureza.
Por
isso, tanto negros africanos comoíndios já desencarnados se uniram à Linha do
Oriente,e fundaram o Movimento Umbandista ou Ritual de Umbanda, o culto
àsforças puras da Natureza como manifestação doTodo-Poderoso [...].
Muitos
tentam classificar a Umbanda comoresultante de um sincretis- mo religioso.
Erram profundamente[...].47
Ela
(a Umbanda) é como éporque assim foi pensada por Deus, concretizada pelos
sagradosOrixás e colocada para todos pela espiritualidade.
Poderíamos
citar ainda váriasoutras passagens da obra de Rubens Saraceni, no entanto, fico
por aqui nacerteza de que neste momento nos importa mais qualidade que
quantidade.Não pretendo cansar o leitor com listas quilométricas decitações, e
sim apenas aguçar sua curiosidade paraesse universo chamado Umbanda, que ainda
está sendo desbravado portodos nós, pois os campos de estudo do fenômeno
umbandistasão ainda pouco explorados pelos de dentro e pelos de fora. Aindanão
vimos estudos mais sérios sobre o que seria o sagrado e oprofano na Umbanda, um
tema que já foi levado àexaustão na maioria das escolas teológicas cristãs,só
para citar um tema.
Texto do livro “História da
Umbanda”, EditoraMadras, Alexandre Cumino. Direito autoral resguardado por lei,
areprodução parcial ou total deste texto, de forma digital ouimpressa, sem
autorização do autor ou da editora, estáexpressamente proibida.
Matrícule-se
agora e aprenda mais sobre aHistória da Umbanda
http://www.ica.org.br/Curso/HISTORIA-DA-UMBANDA
http://www.ica.org.br/Curso/HISTORIA-DA-UMBANDA
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